Brics: o que é o grupo, quem faz parte e qual o papel do Brasil na presidência de 2025
Durante a cúpula, representantes dos 11 países-membros discutem os principais desafios da atualidade
Rio de Janeiro|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Neste fim de semana, entre os dias 6 e 7 de julho, o Brasil recebe a Cúpula de Chefes de Estado do Brics, realizada no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro. O encontro reforça o papel estratégico do país no cenário internacional, já que lidera a presidência rotativa do grupo durante todo o ano de 2025.
Durante os dois dias, autoridades dos 11 países-membros debatem temas centrais da agenda global, como os conflitos armados na Ucrânia e no Oriente Médio, tensões comerciais entre grandes potências e propostas de reforma das instituições multilaterais.
A cúpula também fortalece o Brics como espaço alternativo aos fóruns tradicionais de governança, ampliando a representatividade do chamado Sul Global — conjunto de economias emergentes em ascensão política e econômica.
O que é o Brics?
Diferentemente de blocos como o Mercosul ou a União Europeia, o Brics não possui tratado fundador, sede oficial nem orçamento fixo.
Trata-se de uma plataforma de diálogo e cooperação entre países empenhados em equilibrar o poder nas decisões internacionais e promover reformas na estrutura global de governança.
As deliberações são tomadas por consenso e organizadas em três pilares: política e segurança, economia e finanças, e sociedade civil.
O objetivo é articular posições conjuntas para fortalecer a presença do grupo em instituições como o FMI, o Banco Mundial e a ONU.
Origem do bloco
O termo “BRIC” surgiu em 2001, cunhado pelo economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, para identificar quatro economias emergentes com elevado potencial de crescimento: Brasil, Rússia, Índia e China.
Em 2006, os quatro iniciaram encontros ministeriais, culminando na primeira cúpula de chefes de Estado, realizada em 2009, na Rússia. A África do Sul foi integrada dois anos depois, consolidando o nome Brics.
A atuação conjunta ganhou força após a crise financeira de 2008, com os países pressionando por reformas no G20, no FMI e em outros organismos multilaterais, buscando mais representatividade para economias em desenvolvimento.
Irã
Irã
Ampliação do grupo
Em 2024, o bloco expandiu-se com a entrada de cinco novos membros: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A Indonésia foi oficialmente integrada em 2025, elevando o total para 11 integrantes. Confira os países atuais:
Membros plenos: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Índia, Indonésia, Irã e Rússia.
Para ingressar como membro efetivo, é necessário cumprir critérios diplomáticos, manter boas relações com todos os integrantes, apoiar o multilateralismo e demonstrar compromisso com reformas na governança internacional.
A entrada depende da aprovação unânime dos demais.
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Prioridades do Brasil na presidência do bloco
Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil está à frente da presidência anual do Brics, responsável por definir temas prioritários e organizar os encontros do grupo. A diplomata Paula Barboza, coordenadora-geral da presidência brasileira, destacou dois focos principais:
- Fortalecer a cooperação entre países do Sul Global
- Avançar na reforma da governança mundial, ampliando a participação das economias em desenvolvimento
“O engajamento brasileiro é estratégico, considerando a posição geopolítica e o peso do grupo em áreas como comércio, energia, economia e população”, afirmou Barboza.
Participação ampliada
Além dos membros plenos, o Brics mantém diálogo com nações parceiras convidadas para reuniões temáticas, especialmente nas cúpulas anuais. Atualmente, os parceiros são: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Ao longo de 2024, mais de 30 países demonstraram interesse em se aproximar do bloco, seja como parceiros ou candidatos à adesão plena.
Formatos adicionais
O Brics também opera com modelos expandidos:
- Brics Outreach: criado pela África do Sul, envolve países vizinhos da presidência vigente.
- Brics Plus: proposto pela China, permite a inclusão de qualquer nação em discussões específicas, independentemente da localização geográfica.
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