Câmara discute atuação da Enel no fornecimento de energia em São Paulo e no Rio de Janeiro
Último grande apagão ocorreu em outubro deste ano em São Paulo, após um forte temporal com ventos de mais de 100 km/h
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
As comissões de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados fazem, nesta terça-feira (3), um debate sobre a atuação da Enel no fornecimento de energia elétrica em São Paulo e no Rio de Janeiro. A audiência foi solicitada pelos deputados Carlos Zarattini (PT-SP), Murillo Gouvea (União-RJ) e Marangoni (União-SP).
De acordo com Zarattini, os problemas de falta de energia em São Paulo têm se tornado cada vez mais frequentes, deixando milhões de pessoas no escuro por longos períodos. Além disso, os apagões causam paralisação de semáforos, dificultando a mobilidade urbana e interrupções no abastecimento de água em diversos bairros.
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“Desde que a distribuição de energia elétrica foi privatizada, a Enel registra lucros anuais extraordinários, mas os investimentos em melhorias para a população não acompanham essa margem de crescimento”, afirma o deputado. Zarattini também responsabilizou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a Enel pela demora em restabelecer os serviços após eventos climáticos severos.
Segundo o parlamentar, a redução do quadro técnico e das equipes de manutenção têm impactado diretamente a qualidade do atendimento. Ele defende que o fornecimento de energia, por ser um serviço essencial, precisa ser tratado com maior rigor pelos órgãos reguladores.
Histórico recente de apagões em São Paulo
O último grande apagão em São Paulo ocorreu em outubro deste ano, após um forte temporal com ventos de mais de 100 km/h atingindo a região metropolitana. O episódio deixou cerca de 2 milhões de imóveis sem energia, e três dias depois, 400 mil ainda estavam no escuro.
Em março de 2024, outro apagão deixou a região central da capital paulista sem energia por mais de 30 horas. Já em novembro de 2023, moradores da Grande São Paulo enfrentam uma semana sem luz após fortes chuvas. Na ocasião, a Enel foi extremamente criticada pela lentidão na normalização do fornecimento de energia.
Debate sobre políticas para pessoas com deficiência
Ainda nesta terça-feira (3), a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência também terá uma agenda importante. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participará de uma discussão sobre as ações voltadas para pessoas com deficiência (PCDs) durante sua gestão.
A audiência foi solicitada pela deputada Rosangela Moro (União-SP), que destacou a importância do diálogo após a saída do ex-ministro Silvio Almeida, envolvido em denúncias de assédio sexual.
“A Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência desempenha um papel crucial na inclusão, acessibilidade e defesa dos direitos das PCDs. Essa audiência será uma oportunidade para entender as metas e prioridades da nova gestão, especialmente no combate à discriminação e à violência”, afirmou o parlamentar.
A reunião está marcada para às 14h, no plenário 13 da Câmara dos Deputados.