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Câmara Legislativa define abertura de CPI para apurar vandalismo em Brasília

Trabalhos devem começar em fevereiro; relator será o deputado Hermeto, do MDB, partido do governador afastado, Ibaneis Rocha

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Deputado Hermeto (MDB), durante eleição da mesa diretora da Câmara Legislativa do DF
Deputado Hermeto (MDB), durante eleição da mesa diretora da Câmara Legislativa do DF

Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) determinou nesta quarta-feira (18) a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos de vandalismo cometidos por manifestantes extremistas em Brasília, no último dia 8. A leitura do requerimento de abertura da CPI teve o apoio de todos os 24 deputados distritais.

A comissão, que vai investigar os episódios de 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, deve começar os trabalhos no início de fevereiro, após o fim do recesso parlamentar, e terá sete integrantes. Após aberta, a CPI terá duração de 180 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 90.

O R7 apurou que a relatoria da CPI ficará com o deputado Hermeto (MDB), vice-líder da bancada do MDB na Casa, mesmo partido do governador do DF, Ibaneis Rocha, afastado do cago desde 9 de janeiro por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a leitura do requerimento de abertura, a CLDF tem até esta sexta-feira (20) para publicar o índice de proporcionalidade dos blocos partidários. Com a lista, cada grupo poderá indicar os distritais que farão parte das investigações da comissão.


Indicações

De acordo com o cálculo de proporcionalidade, PL, MDB e PT vão poder indicar, cada, um distrital. A bancada do PSOL e do PSB também terão um nome, assim como o bloco composto por PSD, União Brasil e Republicanos. O maior grupo da Casa, com sete deputados, terá direito a duas indicações — uma delas deve ser Jaqueline Silva (Agir). Os distritais Pepa (PP) e Pastor Daniel de Castro (PP) têm sido cogitados como o segundo nome.

União Brasil, PSD e Republicanos vão inscrever Robério Negreiros (PSD), líder do governo. E Chico Vigilante (PT) será o representante do PT. Joaquim Roriz Neto (PL) confirmou à reportagem que será a indicação do PL. Fábio Félix (PSOL), líder do bloco composto por PSOL e PSB, deve representar a bancada.


O presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), ao fim do encontro nesta quarta, defendeu a prisão dos autores da invasão e da depredação nos prédios dos três poderes da República e na sede da Polícia Federal.

"Testemunhamos o ódio descarregado contra as instituições por criminosos travestidos de manifestantes. Estes têm de ir para a cadeia”, declarou.


Embora concorde com a abertura da CPI, a base governista discorda do afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB), além de pedir que a responsabilidade e supostas omissões da União sejam igualmente apuradas.

Concordância

Após se licenciar do cargo para assumir a Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal, Daniel Donizet (PL) reassumiu o mandato após os atos de extremistas de 8 de janeiro. Como o requerimento de abertura da CPI foi aberto enquanto Donizet estava oficialmente afastado, ele não assinou o documento. O distrital confirmou ao R7, porém, que é favorável à abertura das investigações na CLDF.

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Discussão

No dia seguinte ao vandalismo na praça dos Três Poderes, a CLDF convoncou uma sessão extraordinária. Na ocasião, deputados governistas e da oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB), afastado do Palácio do Buriti após os eventos de extremistas, concordaram com a CPI.

Até o início da sessão extra, no último dia 9, dois pedidos de investigação haviam sido protocolados na Casa, ambos por distritais do PSOL, PSB e PT, de oposição a Ibaneis. Líder do governo na CLDF, Robério Negreiros (PSD) afirmou, naquela sessão, que o governador é a favor da CPI. Iolando (MDB), vice-líder do governo, ressaltou a concordância da base governista quanto à abertura das investigações.

Prisões

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve, na terça-feira (17), 140 vândalos presos após audiências de custódia sobre o ataque às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Ao todo, 1.459 audiências foram realizadas entre 13 e 17 de janeiro. Moraes deliberou sobre 200 acusados de atos de vandalismo nesta terça — 140 tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e 60 pessoas foram liberadas e responderão ao processo em liberdade.

As audiências de custódia foram realizadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), e a expectativa é que o STF analise todos os casos até sexta-feira (20).

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