Carla Zambelli antes de ser presa: ‘Não vou voltar para cumprir pena no Brasil’
Deputada diz resistir à ‘autoridade ditatorial’ de Moraes e reafirma inocência
RESUMO DA NOTÍCIA
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Horas antes de ser detida na Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) publicou um vídeo com declarações contundentes contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e afirmou estar decidida a se apresentar às autoridades italianas.
Condenada a dez anos de prisão em regime fechado pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli saiu do Brasil no início de junho e passou a ser considerada foragida após o trânsito em julgado da sentença.
Em tom desafiador, Zambelli afirmou: “Eu não vou voltar para o Brasil para cumprir pena. Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo ainda e democrático.”
Veja o vídeo:
O vídeo, divulgado nesta terça-feira (29), destaca sua tentativa de afastar a imagem de fuga. A parlamentar declarou estar calma e com “coração sereno”, alegando perseguição política e defendendo sua inocência.
“Eles tomaram a palavra de um mentiroso que mudou cinco vezes o depoimento dele. E a palavra dele valeu mais que a minha para me condenar. O que é isso? Uma perseguição política.”
Zambelli também atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes e o STF: “Aqui nós temos ainda justiça e democracia. Não temos um ditador no poder. Não temos a autoridade ditatorial de Alexandre de Moraes e de seus comparsas da Suprema Corte.”
Colaboração com o processo
Segundo o advogado Fábio Pagnozzi, sua cliente “decidiu se entregar” para colaborar com o processo.
“Ela nunca foi foragida na Itália. Estava aguardando um posicionamento oficial para se apresentar e colaborar administrativamente com os pedidos das autoridades.”
O Supremo, no entanto, já havia determinado a prisão definitiva da deputada e solicitado sua extradição, após o fim do processo que a condenou por 13 crimes de invasão de dispositivo informático e 16 de falsidade ideológica.
A Polícia Federal incluiu seu nome na lista vermelha da Interpol, o que possibilitou sua localização em território italiano.
Zambelli afirma que a motivação de sua viagem envolvia questões de saúde e a luta pela liberdade de expressão. No vídeo, reforça a narrativa de resistência.
“Não estou aqui fugindo. Estou aqui resistindo. E vou continuar resistindo por vocês, pelos meus amigos, pela minha família, principalmente pela nossa pátria”, disse.
Com cidadania italiana, a parlamentar pode solicitar o direito de permanecer no país europeu durante o andamento do processo. Especialistas apontam que isso pode postergar sua extradição ou até impedir sua devolução ao Brasil, dependendo do entendimento da Justiça italiana.
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