Casa Branca diz que Biden e Bolsonaro falaram sobre meio ambiente e democracia
Os líderes se encontraram por cerca de 35 minutos em Los Angeles, onde ocorre a Cúpula das Américas, na quinta-feira (9)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
A Casa Branca divulgou um comunicado, na quinta-feira (9), em que afirma que os presidentes Joe Biden (Estados Unidos) e Jair Bolsonaro (Brasil) conversaram sobre o desmatamento na região amazônica e o apoio para a renovação democrática.
Os líderes se encontraram por cerca de 35 minutos em Los Angeles, onde ocorre a Cúpula das Américas, evento que reúne chefes de estado do continente. O encontro ocorreu inicialmente com a cobertura da imprensa e, depois, a portas fechadas.
Segundo o comunicado, os presidentes discutiram como os países devem trabalhar juntos para facilitar o desenvolvimento sustentável na região amazônica para reduzir de forma drástica o desmatamento.
Bolsonaro recebe diversas críticas de vários líderes em relação à gestão de combate ao desmatamento na região amazônica, que registra alta. Em abril deste ano, 1.013 km² de floresta foram devastados, conforme os dados do sistema de alertas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Esse é o maior número para o mês desde o início da série histórica, em 2016.
Durante pronunciamento, Bolsonaro afirmou ao presidente dos Estados Unidos que o Brasil sente a sua soberania sobre a Amazônia ameaçada. O chefe do Executivo brasileiro garantiu ao estadunidense que o governo faz o possível para preservar a floresta e não desrespeita a legislação ambiental do país.
Ainda segundo o comunicado da Casa Branca, os líderes conversaram sobre apoiar a renovação democrática. O tema é caro aos americanos, e Bolsonaro ataca o sistema eleitoral brasileiro de forma recorrente, assim como ministros do Judiciário.
Na conversa com Biden, Bolsonaro voltou a levantar suspeitas sobre o pleito brasileiro e disse que deixará a Presidência da República "de forma democrática" em eventual derrota nas eleições deste ano — ele aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Washington afirmou que o Brasil é "vital" para os esforços internacionais de enfrentamento à crise climática e na garantia da paz. Além disso, os líderes se comprometeram a continuar com a colaboração em assuntos comerciais, inclusive com apoio dos Estados Unidos à candidatura do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apelidada de "clube dos ricos".
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O Itamaraty também divulgou uma nota após o encontro dos presidentes. No comunicado, porém, não há menção sobre meio ambiente. "O presidente Bolsonaro expressou o desejo brasileiro de seguir trabalhando com os Estados Unidos em prol dos valores democráticos no hemisfério", diz.
"Os dois líderes enfatizaram o papel da cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos na busca de soluções para desafios como a segurança alimentar, a transição energética e o desenvolvimento sustentável", completa.