Caso Marielle: irmãos Brazão depõem no Conselho de Ética da Câmara nesta terça
Chiquinho e Domingos Brazão são apontados pela Polícia Federal como supostos mandantes do assassinato de Marielle Franco
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) depõe nesta terça-feira (16) no Conselho de Ética da Câmara. Ele é investigado por supostamente ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. O irmão dele, Domingos Brazão, também suspeito de participação no crime, está entre as pessoas que serão ouvidas na sessão. O Conselho de Ética analisa o pedido de cassação do mandato de Brazão.
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Chiquinho e Domingos estão presos preventivamente desde 24 de março por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).
Também devem depor no Conselho de Ética:
- Thiago Kwiatkowski Ribeiro, conselheiro e vice-presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro;
- Carlos Alberto Lavrado Cupello, ex-deputado estadual; e
- Daniel Freitas Rosa, delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (15), a comissão colheu o depoimento do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e preso por suposta obstrução das investigações sobre a morte da vereadora e do motorista. No depoimento, Barbosa declarou que não teve influência nas investigações e que nunca teve contato com os irmãos Brazão.
A investigação da Polícia Federal revela que o delegado interferiu nas investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele também teria ajudado a planejar o crime e oferecido proteção aos mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. No depoimento, o delegado negou todas as acusações. Barbosa depôs de forma virtual, já que está preso desde 24 de março.
“Eu não fiz nada. A única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu o Ronnie Lessa, o delegado Giniton [Lages], com provas técnicas. Eu nunca falei com nenhum irmão Brazão, nunca falei com essas pessoas na minha vida. Eu não existo para eles, e eles não existem para mim”, afirmou.
Segundo o inquérito da PF, o ex-chefe da Polícia Civil também fez um acordo com a dupla que garantia o não avanço das investigações. O delegado Giníton Lages — primeiro a ficar à frente das investigações do caso Marielle na Divisão de Homicídios — e o comissário Marco Antônio Barros também são investigados por atrapalhar as investigações.
Rivaldo também afirmou que os irmãos Brazão foram investigados pela Polícia Civil, mas disse não conhecer o conteúdo da apuração. “Eu tinha 170 delegacias. A única coisa que sei é que todos foram investigados, inclusive os irmãos [Brazão]. Todas as informações que chegavam ao delegado Giniton, ele abria uma ala para que fosse investigado. A Polícia Civil quebrou o sugilo deles [irmãos Brazão] e da família toda”, comentou.