CGU apura suposta fraude em eleição do Conselho Federal de Fisioterapia
A eleição ocorreu em abril deste ano e a chapa derrotada era ligada ao atual presidente do Cofito, Roberto Mattar Cepeda
Brasília|Do R7

A Controladora-Geral da União apura denúncias de irregularidades no Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) (veja reportagem abaixo). Isso porque a atual diretoria é suspeita de manipular eleições nos conselhos regionais e ainda precisa explicar o motivo de o prédio que seria a nova sede está fechado há oito anos. O imóvel custou mais de R$ 20 milhões.
Em uma reportagem do jornal Fala Brasil deste sábado, é possível ver sacos sem lacração e urnas não identificadas. As irregularidades foram encontradas na subsede do Conselho em Curitiba. A eleição que deveria escolher a nova presidência no Paraná virou uma briga judicial. A eleição ocorreu em abril deste ano e a chapa derrotada era ligada ao atual presidente do Cofito, Roberto Mattar Cepeda.
Os representantes não aceitaram o resultado, pediram a recontagem dos votos, entraram na Justiça e trabcaram a urna numa sala. A chapa vencedora, então, recorreu.
"Em uma primeira limina determinou que tivéssemos acesso às urnas e posteriormente após demonstrarmos todas essas ilegalidades, o juiz suspendeu a determinação de recontagem. A recontagem não pode acontecer por uma decisão judicial. Porque no entendiemtno do poder Judiciario as urnas não foram acondicionadas de uma forma adequada, diz o advogado Paulo Roberto Ferraz.
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Mesmo após as eleições, a comissão eleitoral invalidou o registro da chapa vencedora por uma suposta propaganda irregular. Quem ganhou nas urnas, entrou com uma ação na Justiça Federal e levou o caso ao Ministério Público Federal.
"Essas irregularidades vêm com o intuito deles se perpetuarem no poder. E, por algum motivo, eles não querem largar o poder de jeito nenhum. E isso tem sido recorrente em todos os estados", disse o fisioterapeuta Bruno Aldenucci.
A influência do conselho federal nos estados é só mais um dos indícios de irregularidades envolvendo o Coffito e a atual diretoria. Em 2015, o conselho federal comprou um imível em Brasília para ser a nova sede. O prédio custrou R$ 22 milhões, mas oito anos após fechar o negócio, o lugar continua vazio.
A reportagem conversou com um homem que trabalha no prédio, que afirmou que "vão mudar para cá em cinco meses. O prédio está em obras".
Na época, foi a corretora Shirley Prudêncio que apresentou o imóvel para o conselho. Segundo Shirley, as negociações avançaram entre os donos do prédio e a diretoria do Coffito, mas de uma hora para outra ela foi avisada que a compra havia sido cancelada.
"Tanto a imobiliária quanto o senhor Roberto apagaram nossas conversas, liguei mais de uma vez, mas depois eu soube que tinha comprado".
Meses depois, após um processo dispensa de licitação, outra imobiliária apresentou o mesmo prédio e ganhou à concorrência. As suspeitas de irregularidades do prédio foram apresentadas à Controladoria-Geral da União. Os gastos com segurança com o novo imóvel nos últimos três anos passam de R$ 1,2 milhão, segundo dados do Portal da Transparência do Coffito, que mantém outra sede em Brasília.
Em São Paulo há um outro imóvel comprado há 24 anos. Há uma placa, mas está abandonada. o lugar já foi alvo de vândalos. Hoje, apeas vigilantes pagos pelo Coffito trabalham por lá em péssimas condições, sem água, energia e com teto desabando.
O Conselho tem ainda uma subsede em Curitiba, cidade onde Roberto Cepeda mora. Há salas alugadas em um prédio, apesar de a regional ter prédio próprio. A denúncia enviada à CGU cita que cepeda tem três endereços e que umd eles fica apenas 55m da subsede. cepeda disse que oendereço não é próximo de onde ele mora.
Outra polêmica
A diretoria do conselho federal é alvo ainda de outra polemica: a contratação de um assessor especial da presidência, um braço-direito de Cepeda. O advogado Hebert Chimicatti recebe R$ 31 mil por mês. Ele faz parte do Coffito desde 2008. Foi contratado como procurador jurídico assim que Roberto Cepeda venceu pela primeira vez as eleições do conselho.
Seis anos depois, o Tribunal de Contas da União determinou que o Coffito fizesse concurso público para o cargo de procurador. A suspeita é de que para driblar a ordem do TCU, o Coffito contratou Hebbert como assessor especial. Além disso, um servidor de órgão federal não pode ter sociedade em empresas, mas de acordo com o cadastro da Receita Federal, Hebert aparece como sócio de um escritório de advocacia e de uma agropecuária, o que é proibido por lei.
Chimicatti disse que o Coffito não recebe recursos públicos e não está vinculado a nenhum ministério. Por isso, ser sócio de empresas não é incompatível com a contratação. O Confitto tem hoje mais de 367 mil inscritos em todo o país. E Roberto cepeda está há frente do conselho há 15 anos. Somente ano passado, arrecador mais de R$ 41 milhões.
Roberto Cepeda e Chimicatti não qusieram gravar entrevista. Em nota, o Coffito disse que não houve fraude nas eleições e que a nova sede deve ser inaugurada no fim deste ano. Sobre o prédio em São Paulo, disse que não há abandono e estuda demolição. A entidade disse ainda que Hebert Chimicatti asessora comissões e não há ilegalidade. A CGU disse que não vai se manifestar.
