Cid teria enviado selfie e criticado investigação a advogado de réu por plano de golpe
Militar teria usado perfis em redes sociais no nome da mulher para falar com advogado de Marcelo Costa Câmara
Brasília|Do R7, em Brasília

O advogado Luiz Eduardo Kuntz, que defende o coronel do Exército e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Marcelo Costa Câmara, um dos réus no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado, apresentou à corte nessa segunda-feira (16) a defesa prévia do cliente dele. Kuntz revelou uma série de supostas conversas com o tenente-coronel Mauro Cid, que teria usado redes sociais no nome da mulher e até enviado uma selfie para garantir que era ele mesmo que estava mandando as mensagens.
Os documentos apresentados por Kuntz mostram os dois conversando sobre detalhes do acordo de delação premiada fechado por Cid ao longo das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Segundo o advogado, logo no início do contato entre os dois, o tenente-coronel decidiu enviar a selfie de forma voluntária. A foto era de visualização única, e Kuntz tirou um print da imagem.
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Kuntz e Cid teriam trocado mensagens sobre a delação de janeiro a março de 2024. Em uma das mensagens atribuída ao tenente-coronel, ele teria dito que “várias vezes eles queriam colocar palavras na minha boca”. Segundo o militar, embora não o tenham ameaçado, a “ameaça estava velada”.
Além disso, Cid expressa que “eles já têm o final da história” e que “agora têm que construir o caminho”. O militar ainda afirma que “eles já têm a narrativa pronta” e que “eles não querem a verdade”.
Cid nega ter usado perfis
Cid está proibido de utilizar redes sociais como medida cautelar imposta ao longo da investigação. Segundo a defesa, ele jamais utilizou os perfis em questão e desconhece sua existência, embora reconheça a coincidência entre o nome das contas e o de sua esposa (Gabriela).
Durante o interrogatório ao ministro Alexandre de Moraes, Cid foi questionado se conhecia os perfis em questão, mas disse que não.
A defesa do militar também pediu ao STF que investigue essas duas páginas por entender que há uma “falsidade grotesca” para interferir no processo penal.
Na sequência, Moraes determinou que a empresa Meta preserve integralmente o conteúdo dos dois perfis e envie informações detalhadas sobre esses usuários à corte.
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