Com cinco casos confirmados da Ômicron, Saúde aumenta vigilância
O ministério ativou uma sala de situação na sede para monitorar os casos da variante e organizar medidas repassadas a todo o país
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (2/12), cinco casos positivos de Covid-19 com a variante africana Ômicron. Três deles foram identificados em São Paulo e dois no Distrito Federal. Todos são passageiros que vieram do continente africano e passaram pelo teste, tendo o resultado confirmado no Brasil. Agora, a pasta reforça a vigilância genômica, responsável pelos sequenciamentos capazes de identificar variantes.
Uma sala situacional para monitorar os casos da Ômicron foi aberta na sede do ministério para acelerar o registro de novos casos, conseguir realizar a contenção e rastreio a tempo para que a infecção por essa nova variante não se alastre pelo país. Em trabalho desde 29 de novembro, a equipe emitiu três comunicados de risco e quatro informes, repassados aos gestores de saúde com atualizações da situação.
"Os nossos laboratórios centrais estão aptos para detectar essa nova variante", informou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia, durante coletiva de imprensa, nesta quinta. Ele reiterou que houve aumento da vigilância genômica, e que foram adquiridos sequenciadores para todas as unidades federadas no país. No entanto, 30% dos equipamentos ainda carecem de instalação. "Isso é um investimento na qualificação, na estruturação da vigilância genômica jamais visto."
As principais recomendações do grupo são o aumento da vacinação no Brasil e a aplicação da dose de reforço. "Precisamos trabalhar para retardar a entrada [da variante] e ampliar a vacinação", disse Correia. O reforço da vigilância laboratorial, das medidas não farmacológicas e do monitoramento dos viajantes também está entre as prioridades, apesar de não haver previsão de restrições de viagens mais rígidas.
Enquanto a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendou a suspensão de voos vindos de seis países da África, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, frisou que essa é uma "ação que exige postura interministerial do governo". Cabe à Saúde, junto com os ministérios da Justiça e da Infraestrutura, coordenados pela Casa Civil, deliberar sobre o tema.
O ministro amenizou a necessidade de suspender os voos, e disse que as autoridades africanas "foram eficientes em detectar a nova variante", e que, agora, os cidadãos estão sofrendo uma série de restrições, o que causa fortes impactos na economia. "Há necessidade de ponderação, equilíbrio e tranquilidade para que as posições sejam apropriadas", disse.
Não podemos sair de uma situação libertária%2C de festas%2C Réveillon%2C Carnaval para uma situação de fechamento total da nossa economia%2C porque as consequências nós já sabemos. Até porque não há motivos para isso
Para Queiroga, a saída está no incentivo à vacinação para evitar casos graves e mortes, além das testagens. "A estratégia de testagem é muito importante como medida prévia, assim que chega ao país. É necessária a análise não só do aspecto sanitário, mas tridimensional para que tomemos as decisões mais corretas", destacou.