Com licitação parada no TCDF, Ibaneis defende Hospital de Campanha da PM
Edital emergencial deve ser substituído por licitação comum; o custo previsto é de R$ 185,7 milhões
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
Para dar continuidade ao processo de contratação de leitos de UTI Covid no Hospital de Campanha da Polícia Militar, o governador Ibaneis Rocha afirmou que a licitação emergencial deve ser substituída por outra, em regime comum. Isso porque o andamento do pregão foi paralisado pelo Tribunal de Contas do DF depois de uma denúncia apontar sobrepreço no certame.
"Abriu a licitação normal para ver se a gente consegue abrir o Hospital da PM para melhorar a vida da população", disse Ibaneis, durante evento da agenda oficial na manhã desta quinta-feira (17). "A licitação saiu, fiquei sabendo hoje que o TCDF pediu vistas do processo para avaliar melhor", acrescentou.
O valor previsto para o contrato é de mais de R$ 185 milhões. A empresa vencedora terá de prestar o serviço de atendimento hospitalar, com assistência multiprofissional ininterrupta, e fornecer equipamentos e insumos. Na representação ao TCDF, a denúncia alega suposto sobrepreço de mais de R$ 5 milhões, além de outras possíveis irregularidades no pregão.
Por isso, o conselheiro relator, Inácio Magalhães Filho, pediu mais detalhes sobre os gastos indicados na licitação. As informações são essenciais para o processo ser homologado pela Secretaria de Saúde e a empresa que vai gerir o hospital ser escolhida.
A decisão foi acolhida pelo plenário do TCDF na sessão de quarta-feira (16). Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que "presta os esclarecimentos solicitados ao órgão requerente no prazo estabelecido."
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Em 9 de fevereiro, Ibaneis projetava a reinauguração do hospital no prazo de 10 dias, período que vence neste sábado (19). No dia anterior, a Secretaria de Saúde havia lançado o edital de licitação para contratação de empresa para gerir 60 leitos no Hospital de Campanha da Polícia Militar.
O hospital foi inaugurado em agosto de 2020 como unidade de campanha. Em outubro passado, passou a direcionar os pacientes contaminados com a Covid para outras unidades, e começou a operar em outros atendimentos, desmobilizando os leitos Covid. Com a demanda crescente por internações, a secretaria terá de remobilizá-lo.
Na manhã desta quinta, as UTIs Covid no DF amanheceram, mais uma vez, lotadas: 100% das vagas em leitos pediátricos e adultos estavam ocupadas. O painel Infosaúde, atualizado às 6h25, indicava que havia apenas dois leitos livres: ambos para pacientes com menos de 1 ano. Com isso, a taxa de ocupação geral chegou aos 98,18%.
A reabertura do Hospital de Campanha da PM é uma das medidas previstas na última, e mais grave, fase do plano de mobilização de leitos. Ibaneis afirmou que pede diariamente ao secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, a revisão do planejamento. "Ele está fazendo o que está ao alcance dele, trabalhando junto com as empresas privadas e tentando também com as licitações", disse o governador.
"Temos dificuldades, tanto nos hospitais privados quanto na rede pública, de abertura de novos leitos", reconheceu Ibaneis. Atualmente, a rede pública conta com 121 leitos de UTI Covid mobilizados. Nos hospitais privados, são 147.