Com transmissão em alta, casos de Covid-19 sobem 127% no DF
Índices alcançaram patamares registrados em janeiro, quando a capital federal atravessou a terceira onda de infecções
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
O Distrito Federal enfrenta uma alta no contágio de Covid-19. A taxa de transmissão tem apresentado crescimento desde 5 de maio e, nesta quarta-feira (1º), alcançou o índice de 1,47. Isso indica aceleração no ritmo de contágio. A última vez que o DF chegou a esse patamar foi em 6 de janeiro, em um período no qual a capital enfrentava a terceira onda de contaminações. Naquele mês, a taxa ultrapassou 2,15.
Na terça-feira (31), o boletim da Codeplan sobre a situação da pandemia destacou que, embora o número de casos tivesse aumentado 127,63%, houve queda de 73,33% no número de óbitos entre 24 e 30 de maio.
Com isso, nos últimos três dias, a Secretaria de Saúde computou mais de 2.000 casos diários da doença. Nesse período, dois idosos morreram por complicações da doença. Para o governador Ibaneis Rocha, o controle dessas taxas se deve ao avanço da vacinação.
Para ele, a circulação do vírus não será eliminada. "Nós vamos ter que aprender a conviver com ela [a Covid]. Não adianta que não vamos conseguir eliminá-la. A ciência demonstrou, e está demonstrando em todos os locais, que o caminho é a vacinação", afirmou.
Cerca de 43% da população vacinável do DF, ou seja, acima de 5 anos, tomou o reforço das vacinas contra a Covid-19. Nesta semana, o GDF passou a imunizar com a terceira dose os adolescentes a partir de 12 anos que receberam a última vacina há quatro meses. Nesta sexta-feira (3), adultos a partir de 50 anos e profissionais da saúde passarão a tomar a quarta dose.
Leitos de UTI
Quanto aos leitos de UTI para tratar os pacientes em estado grave, 47,22% estavam ocupados na manhã desta quinta (2), segundo o painel InfoSaúde. Ao todo, a rede pública dispõe de 36 vagas específicas para contaminados com o vírus. Os dez leitos pediátricos estão 100% lotados.
Testes
Outro indicador do avanço das contaminações é a demanda por testes para diagnóstico da doença. Segundo a Saúde, a procura cresceu, mas há mais de 502 mil testes em estoque. Na UBS nº 1 da Asa Sul, que é um dos pontos de testagem ampliada, juntamente com a Rodoviária do Plano Piloto, mais de 400 senhas são distribuídas diariamente para dar conta da demanda.
Cenário semelhante é observado nos laboratórios particulares. O sindicato que representa os estabelecimentos, Sindlab, estima que a procura subiu 20% em maio, na comparação com abril. A entidade projeta um crescimento de até 200% na demanda nos próximos 30 dias.
Quanto aos autotestes vendidos nas farmácias, o presidente do Sincofarma-DF (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF), Erivan Araújo, diz que as vendas subiram cerca de 76% na última semana. "A demanda explodiu", resume. Ele garante que as drogarias estão abastecidas.