Brasília Comissão do Senado aprova projeto que facilita liberação de agrotóxicos

Comissão do Senado aprova projeto que facilita liberação de agrotóxicos

Proposta permite liberação de novos pesticidas com decisão apenas do governo federal, sem que Ibama e Anvisa se manifestem

  • Brasília | Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Senadores da Comissão de Agricultura durante sessão que provou projeto para facilitar liberação de agrotóxicos

Senadores da Comissão de Agricultura durante sessão que provou projeto para facilitar liberação de agrotóxicos

Roque de Sá/Agência Senado - 19.12.2022

A Comissão de Agricultura do Senado aprovou nesta segunda-feira (19) um projeto de lei que facilita a liberação de agrotóxicos e flexibiliza o controle dos pesticidas no Brasil. O texto segue para a análise do plenário.

A matéria está em análise no Congresso desde 2002. De lá para cá, recebeu emendas para afrouxar ainda mais as regras relativas aos agrotóxicos e acabou sendo apelidada por ambientalistas e parlamentares contrários de "pacote do veneno". As principais críticas são pelo fato de projeto facilitar o registro de substâncias cancerígenas e reduzir o poder de fiscalização de órgãos de controle.

O projeto foi aprovado pela Câmara em fevereiro deste ano. A matéria modifica uma série de legislações em vigor desde 1962 que estabeleceram normas para o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos no país.

Uma das alterações previstas na proposta é de que o registro de um agrotóxico passe a ser analisado apenas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Nas normas atuais, além da pasta, participam desse processo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Outra novidade é a fixação de um prazo para a aprovação do uso de novos agrotóxicos. Segundo o projeto de lei, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento terá de um mês a dois anos, a depender do tipo do produto, para liberar a utilização da substância no país.

A matéria propõe também que o termo agrotóxico seja eliminado da legislação brasileira. No lugar dele, seriam utilizadas expressões como pesticidas e produtos de controle ambiental. O relator do projeto na Comissão de Agricultura do Senado, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), disse que “a referida mudança metodológica não representa uma flexibilização, mas sim um rigor maior na avaliação dos novos produtos, pois a análise de risco é mais abrangente”.

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