Confrontos policiais causaram 61 mortes no DF nos últimos cinco anos
Além disso, 148 pessoas ficaram feridas no mesmo período, segundo dados adquiridos pelo R7 via Lei de Acesso à Informação
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
Confrontos policiais no Distrito Federal causaram 61 mortes entre 2019 e 2023, sendo 67% delas apenas nos últimos dois anos. Além disso, 148 pessoas ficaram feridas na capital do país nesse intervalo de cinco anos. Os dados foram adquiridos pelo R7 via Lei de Acesso à Informação.
A Polícia Militar, que é responsável pela vigilância e repressão imediata e emergencial de crimes, foi responsável por 56 mortes. Já a Polícia Civil, que investiga e soluciona os crimes, causou 5 mortes.
Dos óbitos causados pela PMDF, 17 aconteceram em 2022 e 22 em 2023. Nos anos anteriores, esse número é menor: foram 5 em 2019, 6 em 2020 e 2021.
De acordo com o especialista em segurança pública Leonardo Sant'Anna, esse aumento tem relação com a pandemia. Ele afirma que a pandemia gerou um "represamento de interação social" que foi retomado com maior intensidade depois do fim do distanciamento, e que isso se aplica à criminalidade no geral.
"A gente percebe outros fenômenos criminais, como roubos e furtos. Tudo isso também teve um aumento significativo em uma curva diferente no período pós-pandemia, e nesse caso a atividade policial com o uso da força letal acaba infelizmente acompanhando essa mesma tendência", argumenta.
Sant'Anna explica ainda que a previsão é que os números de letalidade voltam a diminuir depois de um tempo. "O que se espera é que haja uma estabilidade durante alguns anos e que depois a gente retorne para um cenário de queda", completa.
DF tem a menor taxa de letalidade
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o DF possui a menor taxa de letalidade policial do país, com 0,5 casos a cada 100 mil habitantes. O Amapá é a unidade da federação com maior índice, com 16,6.
A Polícia Militar do DF afirma que atendeu 913.960 acionamentos nos últimos anos e que "pauta suas ações nos direitos humanos, seguindo a legislação e utilizando a força seletiva de acordo com o nível de agressão recebida".