O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta terça-feira (16) três decretos para fortalecer a transparência e o acesso a informações públicas. Um dos atos anunciados pelo chefe do Executivo regulamenta a Lei de Acesso à Informação (LAI) e altera as regras que versam sobre a imposição de sigilo de cem anos sobre informações pessoais relativas à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem de qualquer pessoa vinculada à administração pública. Segundo o decreto assinado por Lula, o sigilo centenário sobre esse tipo de informação continua válido, e os dados devem ter acesso restrito a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que se referirem. Contudo, a partir de agora, caso seja solicitado o acesso a algum documento que contenha essas informações, apenas o que for considerado sigiloso será preservado.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Segundo o governo, o objetivo do decreto é esclarecer a maneira como a proteção de informações pessoais deve ser conciliada com o direito de acesso à informação. “Sempre que viável, o órgão ou a entidade pública deverá realizar a ocultação, a anonimização ou a pseudonimização das informações pessoais relativas à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem, garantindo acesso ao restante do documento”, informou o Executivo. Outro decreto assinado nesta terça institui o Conselho de Transparência, Integridade e Combate à Corrupção, um órgão consultivo que faz parte da estrutura básica da Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com o governo, o conselho terá por competência debater e sugerir medidas de aperfeiçoamento e fomento de políticas e estratégias, no âmbito da administração pública federal, de: combate à corrupção; controle social para acompanhamento e fiscalização da aplicação de recursos públicos; governo aberto, transparência e acesso à informação pública; integridade privada; integridade pública; e monitoramento e avaliação de políticas públicas e serviços públicos. O órgão será presidido pelo ministro da CGU e será composto de 11 representantes do Executivo e até 30 membros da sociedade civil. Os conselheiros serão designados pelo ministro da CGU para um mandato de dois anos, facultada a recondução. O terceiro decreto assinado por Lula institui o Sistema de Integridade, Transparência e Acesso à Informação e a Política de Transparência e Acesso à Informação da Administração Pública Federal. Segundo o governo, essa medida vai disciplinar os procedimentos e as ferramentas a ser adotados para garantir a transparência da gestão pública e o direito de acesso à informação. A política tem como princípios a observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; o amplo acesso da sociedade às informações e aos dados produzidos, custodiados ou acumulados pela administração pública federal e a livre utilização desses dados e informações, independentemente de autorização prévia ou justificativa; e a primariedade, integralidade, autenticidade e atualidade das informações disponibilizadas. Além disso, a medida se baseia na tempestividade no provimento de informações; na linguagem acessível e de fácil compreensão; e na ênfase na transparência ativa como forma de atender ao direito das pessoas físicas e jurídicas de ter acesso às informações e aos dados produzidos, custodiados ou acumulados pela administração pública federal.