Conselho de Ética aprova relatório que pede cassação de Chiquinho Brazão
Deputados membros do conselho aprovaram por 16 votos a 1 a cassação do parlamentar; Brazão está preso desde 24 de março
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (15) a abertura do processo que pede a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Brazão está preso desde o dia 24 de março. Ele nega as acusações. O relatório de autoria da deputada Jack Rocha (PT-ES), favorável à perda do mandato, foi aprovado por 16 votos a favor e 1 contrário.
No parecer, a relatora alegou que a família Brazão possui influência no estado e no município do Rio de Janeiro. Além disso, destacou que o deputado federal possui prestígio na região de Rio das Pedras, berço da milícia carioca. Por videoconferência, o deputado Chiquinho Brazão se defendeu e disse que é inocente. “Continuo alegando que vamos provar a minha inocência”, afirmou.
Com a aprovação do relatório, o deputado terá 10 dias úteis para apresentar a defesa para não perder o cargo.
Entenda o caso
Em março, agentes da Polícia Federal cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão em diversos endereços do Rio de Janeiro. Entre os presos, estava, o deputado federal, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Conforme a investigação, os presos são os autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Eles também são suspeitos da tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, assessora de Marielle.
A motivação do crime teria sido um embate entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão, que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto e considerada o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.