Convite a Bolsonaro para reunião com embaixador de Israel foi feito por grupo de parlamentares
Encontro causou mal-estar aos representantes diplomáticos, que negaram saber da presença do ex-presidente antes do evento
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O convite para que o ex-presidente Jair Bolsonaro participasse de uma reunião com a presença do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, foi feita por parlamentares e sem o conhecimento prévio da representação diplomática israelense. O Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel divulgou neste sábado (11) uma nota esclarecendo a situação após o encontro causar mal-estar aos diplomatas com cobranças de representantes da comunidade israelense.
"É fundamental destacar que o convite ao ex-presidente Bolsonaro não partiu da Embaixada de Israel, mas sim de parlamentares presentes no evento. As críticas dirigidas ao embaixador e à Embaixada de Israel são inadequadas, pois o convite não reflete uma decisão institucional da representação diplomática", diz a nota do grupo parlamentar.
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A reunião ocorreu na quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados. O objetivo era discutir os ataques do grupo terrorista Hamas contra o povo israelense, em 7 de outubro, e promover maior conhecimento aos representantes brasileiros sobre a situação na Faixa de Gaza.
Após a repercussão negativa, a embaixada de Israel divulgou um posicionamento alegando ter convidado "parlamentares e apenas parlamentares" para a reunião. "A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era de nosso conhecimento antes da reunião".
Governo
A nota do grupo parlamentar reiterando que a Embaixada de Israel não fez o convite a Bolsonaro foi feita depois de integrantes da base governista repercutirem que a ida do ex-presidente foi programada, inclusive com uma placa nominal a Bolsonaro.
Ao comentar o encontro, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que a “preocupação atual é salvar vidas”, e não “politizar”. A declaração foi dada nesta quinta-feira (9), na cerimônia de reconhecimento ao trabalho prestado pela Força Aérea Brasileira (FAB) durante a Operação Voltando em Paz.
“Nossa preocupação primeiro é salvar vidas, não pode politizar um momento desse, não pode partidarizar um momento desse. Se todos estiverem se procurando para que todos se somem para salvar vidas, isso é uma coisa que pode interessar. Ficar fazendo política com a vida dos outros eu acho que não é interessante, mas é uma questão mais da diplomacia brasileira, do setor político do governo”, disse Múcio.