Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

COP30: crítica de Lula a ‘homens que fazem guerra’ pode impactar negociações com EUA?

Em discurso de abertura do evento, presidente falou sobre gastos militares e falta de investimento em ações para o meio ambiente

Brasília|Yumi Kuwano, do R7, em Brasília, e Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém

  • Google News
Lula discursou na abertura oficial da COP30, em Belém Ricardo Stuckert /PR/10.11.2025

Sem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, o chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, saiu do script, criticou as guerras e, sem citar nomes, alfinetou nações que não vieram à COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) durante discurso na abertura oficial do evento nessa segunda-feira (10).

“Se os homens que fazem guerra tivessem aqui nessa COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1,3 trilhão para a gente acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra, como fizeram no ano passado”, afirmou Lula.


No ano passado, os gastos militares bateram um novo recorde mundial, chegando a US$ 2,7 trilhões. Mais de 100 países, de todas as regiões do planeta, aumentaram os orçamentos. Os dados são de um relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Leia mais

Contexto técnico

Fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela reportagem garantem que a “alfinetada” de Lula não deve atrapalhar negociações entre Brasil e EUA em relação ao tarifaço.


Segundo os interlocutores do governo, neste momento, as discussões ocorrem no contexto técnico, com uma reunião prevista para esta semana entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio. O encontro deve ocorrer no Canadá, durante uma reunião do G7.

O cientista político e coordenador de Análise Política na BMJ Consultores Associados, Lucas Fernandes, avalia que a declaração não tem potencial de tensionamento com os Estados Unidos.


“Lula não pronunciou os Estados Unidos em nenhum momento, e a gente não tem nenhuma comitiva do governo norte-americano aqui no país. Se a gente tivesse, aí sim, poderíamos ter atritos, porque naturalmente os interesses do governo Trump e do governo Lula são distintos. Trump não tem demonstrado interesse em financiar ações sustentáveis, em manter uma participação ativa dos Estados Unidos na COP”, ressalta Fernandes.

No entanto, ele diz que ficou claro que a crítica foi direcionada aos EUA e a países da Europa.


“Ela vai na direção de países que são grandes potências, que têm um nível de desenvolvimento muito alto, mas que têm investido cada vez mais no gasto de guerra. Dá para a gente separar em dois campos. A gente tem, por um lado, os Estados Unidos e os países europeus, que começaram a gastar muito mais em guerra desde que a Rússia entrou em conflito com a Ucrânia. E esse gasto aumentou com a volta de Trump à Casa Branca”, analisa.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.