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COP30: por que o dinheiro da Alemanha no Fundo das Florestas era tão importante?

Novo aporte eleva recursos para US$ 6,5 bilhões na reta final da COP30; outros países ainda não têm previsão para recursos

Brasília|Lis Cappi, do R7, enviada especial a Belém

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Alemanha anunciou um aporte de US$ 1 bilhão ao TFFF, elevando os recursos totais para US$ 6,5 bilhões.
  • Este investimento é visto como um gesto de credibilidade e pode facilitar a meta de US$ 10 bilhões para o fundo até 2026.
  • O TFFF opera como um modelo de investimento com retorno, com a administração a cargo do Banco Mundial.
  • O governo brasileiro pretende usar este anúncio para avançar em negociações com outros países, especialmente na reunião do G20 na África do Sul.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Chanceler Friedrich Merz encontrou Lula durante a COP30, em Belém (PA) Adriano Machado/Reuters - 19.11.2025

A confirmação do aporte de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) da Alemanha ao TFFF (Fundo das Florestas Tropicais Para Sempre) se tornou a grande notícia de quarta-feira (19) na COP30 em Belém. Além de elevar o total de recursos anunciados para US$ 6,5 bilhões, o gesto teve impacto político e simbólico.

Nos bastidores, o anúncio da Alemanha era visto com ceticismo entre representantes brasileiros, que previam uma confirmação apenas depois da COP30.


Porém, o cenário mudou após farpas trocadas entre os países e a reunião do ministro do Meio Ambiente alemão com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Alemanha, potência econômica europeia e grande financiadora de políticas ambientais globais, aparece como uma espécie de “selo de credibilidade”.


Com o aporte anunciado, a proposta ganha outra dimensão e se aproxima da meta de US$ 10 bilhões até o fim de 2026, patamar exigido para o fundo entrar em atividade.

Relevância da Alemanha

Os bastidores da COP30 mostram três razões principais para a relevância da Alemanha:


  • Respaldo político: uma potência econômica investindo no TFFF aumenta a confiança internacional e incentiva outros países a aderirem.
  • Efeito dominó nas negociações: países que aguardavam a reação alemã tendem a se movimentar agora, inclusive na Europa.
  • Disputa narrativa após ruído diplomático: depois da a declaração do chanceler Friedrich Merz criticando Belém, o anúncio de US$ 1 bilhão tornou-se uma forma de restabelecer o diálogo entre os dois países.

Merz havia falado que os alemães ficaram contentes ao deixarem a cidade, o que provocou reação entre políticos brasileiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Merz deveria ter conhecido melhor Belém e que a capital Berlim não tem 10% dos atrativos da cidade paraense.

Horas antes do anúncio, o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider, participou de reunião com Lula. Segundo apurou o R7, no encontro, o alemão ficou extremamente desconfortável pela situação envolvendo o país. Ao sair da reunião, ele teceu elogios a Belém, exaltando a natureza e experiências na capital paraense — movimento interpretado como sinal de pacificação.


Como avança o Fundo das Florestas

O TFFF traz um modelo distinto do habitual: os aportes não são doações, e sim investimentos com expectativa de retorno anual.

Governos investidores e países detentores de florestas tropicais recebem lucros proporcionais ao capital aplicado. A administração ficará sob responsabilidade do Banco Mundial.

O Brasil defende que o fundo sirva como incentivo econômico para preservar florestas e desestimular atividades ilegais de desmatamento.

Com o anúncio, o governo brasileiro espera avançar com negociações com países europeus e africanos. A Dinamarca já apoiou outras iniciativas, mas disse que ainda avaliará o programa brasileiro.

“A Dinamarca apoia o TFFF. É uma boa ideia, mas ainda não há perspectiva da confirmação de valores”, indicou uma negociadora à reportagem. O país diz, ainda, que segue com investimento a outras propostas, como o Fundo Amazônia.

Outras tratativas virão na reunião do G20, na África do Sul, onde o presidente Lula pretende intensificar a busca por novos aportes.

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