CPI: Motoboy diz que pagamentos da VTCLog reduziram recentemente
Em depoimento, Ivanildo, funcionário da VTCLog, disse que sacava valores e pagava boletos, mas que as transações diminuíram
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta quarta-feira (1º/9), o motoboy Ivanildo Gonçalves, funcionário da empresa de Logística VTCLog, disse que houve redução de transações da empresa feitas por ele nos últimos meses. As transações, conforme explicado pelo funcionário, consistiam basicamente em sacar valores e pagar boletos; ou ele já saía da empresa com o dinheiro em espécie e pagava as contas nem agências bancárias. Segundo ele, o maior valor que já sacou foi de pouco mais de R$ 400 mil.
"Não lembro especificamente, mas, no mês passado, paguei um boleto. Ultimamente, eu não estava tendo quase boleto para pagar. Já tem um período em que diminuiu", explicou. Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), a redução teria relação com os trabalhos da comissão, que começou a mirar na empresa ainda no semestre passado, antes do recesso parlamentar.
"Quando a CPI começa a investigar e cita uma empresa, claro que as pessoas mudam a forma de operar", afirmou o senador. Na última terça-feira (31/9), o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse ter evidências de que o motoboy teria pago contas do ex-diretor Roberto Dias com valores da empresa Voetur, do mesmo grupo da VTCLog. Calheiros chegou a apresentar vídeo do circuito interno da agência bancária, em Brasília, no qual aparece o motoboy.
"Acabamos de receber indícios veementes de que era o próprio Ivanildo, o motoboy, que pagava os boletos de dívidas junto à Voetur do Roberto Ferreira Dias", afirmou o senador. Segundo o parlamentar, os pagamentos feitos no ano passado somariam R$ 47 mil e foram realizados no momento em que o motoboy estava no banco.
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A comissão suspeitou de Dias depois de observar ausência de pagamentos pela conta do ex-diretor de Logística. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que, no dia 22 de junho, houve a entrada do motoboy em uma agência bancária do Bradesco e, na mesma data, um depósito de R$ 6 mil em favor de Dias. No dia 31 de maio, mais um depósito com o mesmo valor, e no dia 24, outro depósito em favor do ex-funcionário do Ministério da Saúde, no valor de R$ 13,5 mil.