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Hacker diz à PF que entrava pela porta de trás da Defesa de máscara para evitar identificação

Segundo advogado, em novo depoimento, Delgatti também deu detalhes da sala em que se encontrava com militares e técnicos

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Walter Delgatti Neto prestou novo depoimento à PF
Walter Delgatti Neto prestou novo depoimento à PF Walter Delgatti Neto prestou novo depoimento à PF

O hacker Walter Delgatti contou à Polícia Federal que nas idas ao Ministério da Defesa era orientado a entrar pelas portas dos fundos e usando máscara de proteção para evitar ser identificado. Ele também deu detalhes da sala onde se encontrava com técnicos e militares durante um novo depoimento prestado à corporação, na sexta-feira (18), após participação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. As informações foram confirmadas ao R7 pelo advogado do hacker, Ariovaldo Moreira. 

Delgatti confessou na CPMI ter ido à Defesa cinco vezes, por determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o objetivo de pôr em prática um plano de divulgar à população questionamentos sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro. Nas idas à Defesa, o hacker disse ter sido recebido pelo ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira e se encontrado com a equipe técnica da pasta.

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O hacker afirmou que orientou o relatório feito pelo ministério sobre o sistema de votação. "Posso dizer que, de forma integral, aquele relatório tem exatamente o que eu disse", afirmou Delgatti aos parlamentares. O referido relatório sugere dúvidas sobre o sistema eleitoral, já que diz não ser possível atestar a "isenção" das urnas. Essa foi a primeira vez que a pasta fez um documento do tipo. Até então, as Forças Armadas apenas participavam da logística do processo eleitoral.

No novo depoimento à PF, o hacker confirmou a versão dada na CPMI. Os investigadores querem provas por meio de imagens das entradas de Delgatti na Defesa. Por isso, ele detalhou a forma com que entrava no local. Segundo ele, ao passar pelos fundos, não havia o registro formal exigido na portaria. Ele também usava máscara de proteção por orientação da equipe de Bolsonaro, mesmo sem haver obrigatoriedade do uso e como forma de dificultar a identificação. 

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Na avaliação do advogado, essas informações trazem mais elementos para a investigação e corroboram para mostrar que Delgatti "está falando a verdade". Moreira alegou que a versão do hacker tem se mostrado consistente e faz com que Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) voltem atrás de versões anteriormente apresentadas. "Antes negavam pagamentos, o encontro no Palácio, as idas à Defesa, a invasão ao sistema do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Isso tudo se confirmou", afirmou Moreira. 

A defesa do ex-presidente Bolsonaro chamou as declarações do hacker à CPMI do 8 de Janeiro de "falsas e totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova". Em nota, os advogados informaram que vão adotar "as medidas judiciais cabíveis".

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"Quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado", disse a defesa de Bolsonaro. 

Leia mais:Defesa de Bolsonaro fará queixa-crime contra hacker por calúnia e difamação

Já o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, disse que "refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas ou imorais pela parlamentar". O comunicado alega ainda que a versão de Delgatti é "totalmente despida de credibilidade".

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