Os quatro primeiros meses da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no comando do governo de São Paulo ficaram marcados por um aumento na quantidade de crimes violentos em todo o estado. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, de janeiro a abril deste ano, as ocorrências que resultaram em lesão corporal ou morte cresceram 14% na comparação com o mesmo período de 2022 (de 43.584 para 49.995).
O crime que mais cresceu nesse intervalo foi o de lesão corporal. A Secretaria de Segurança Pública disponibiliza números sobre casos que aconteceram de forma culposa (sem intenção) e de forma dolosa (com intenção). Os episódios de lesão corporal culposa passaram de 824 para 1.023 — avanço de 24,1% —, enquanto os de lesão corporal dolosa subiram de 40.581 para 46.648 — alta de 14,2%.
Os homicídios também cresceram. De acordo com os dados da pasta, os casos dolosos subiram de 936 para 941 — mais 0,5% —, enquanto os culposos passaram de 53 para 62 — aumento de quase 17%. Além disso, as tentativas de homicídio tiveram uma alta de 13,4%, passando de 1.094 para 1.241.
Dois tipos de crime registraram queda em relação ao começo de 2022. Os latrocínios baixaram de 59 para 52 — menos 11,8% —, e as lesões corporais seguidas de morte caíram de 37 para 28 — queda de 24,3%. O levantamento do R7 não levou em consideração os casos de lesão corporal por acidente de trânsito e os homicídios por acidente de trânsito.
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As cidades do interior lideraram as ocorrências de crimes violentos neste ano, tendo registrado 29 mil casos nos quatro primeiros meses do ano. A capital veio na sequência, com 11.716, e a região da Grande São Paulo fechou a lista, com 9.279.
Outro lado
O R7 questionou a Secretaria de Segurança Pública sobre quais ações poderiam ser implementadas pela pasta para enfrentar esse cenário e reduzir a ocorrência de crimes violentos. Em nota, a SSP-SP afirmou que os tipos de crime citados pela reportagem precisam ser analisados separadamente, pois cada um deles ocorre de forma distinta.
"Nos quatro meses deste ano, por exemplo, os latrocínios tiveram uma queda de 11,9%, o menor número já registrado desse crime em 23 anos; e as lesões corporais seguidas de morte, de 24,3%. Já os homicídios dolosos tiveram uma alta de quatro casos na comparação com o mesmo período de 2022. Para análise e realização de políticas públicas, a pasta criou um sistema para monitorar ocorrências que tenham evento morte. O Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida (SPVida) automatiza os dados e auxilia as polícias na análise da dinâmica dos crimes contra a vida, o que facilita a identificação de padrões, tendências e áreas de maior incidência desses crimes, permitindo uma resposta mais efetiva por parte das autoridades de segurança", disse a SSP-SP.