Cúpula da PMDF era adepta de 'teorias golpistas', diz PGR
Em nota, órgão fala em 'profunda contaminação ideológica' de parte dos oficiais, 'que se mostrou adepta de teorias conspiratórias'
Brasília|Clarissa Lemgruber e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), conhecia previamente os riscos dos atos de 8 de janeiro e aderiu "de forma dolosa, omitindo-se de cumprir o dever funcional de agir". Em nota, o órgão citou uma "profunda contaminação ideológica" de parte dos oficiais da PM, “que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
De acordo com a PGR, há ainda menção a provas de que os agentes — que ocupavam cargos de comando da corporação — receberam, antes de 8 de janeiro, diversas informações de inteligência que sugeriam as "intenções golpistas do movimento" e o "risco iminente" da efetiva invasão das sedes dos Três Poderes.
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"Ao oferecer a denúncia e requerer as medidas cautelares, o subprocurador-geral da República apresentou relato detalhado das provas já identificadas e reunidas na investigação, as quais apontam para a omissão dos envolvidos", diz a nota.
Os alvos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.
Operação Incúria
A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (18) uma operação contra integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal por suspeita de omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro. Os nomes dos alvos ainda são mantidos sob sigilo, mas a reportagem confirmou que o coronel Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da PMDF, e o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da corporação, estariam entre eles.
Os agentes cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).