Defesa afirma que Cid se arrepende de desabafo que o levou novamente à prisão
Advogado diz que o orientou a tomar cuidado com o uso do celular e que ele admite que ‘pisou na bola’
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília e Natalia Martins, da RECORD, em Brasília
O advogado do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou nesta sexta-feira (3) que ele está arrependido do desabafo em que critica a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes. O tenente-coronel foi preso depois de prestar depoimento no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre os áudios vazados. “Qualquer um de nós, de repente se sente em um momento de estresse e perde a noção das coisas. Cid é um homem inteligente, um oficial preparado, mas também é um ser humano”, justifica a defesa.
LEIA TAMBÉM
Bittencourt também afirma que Cid não se lembra com quem estava conversando no momento do desabafo. “Ele tem muitos amigos”, completa. A defesa diz que orientou o ex-ajudante de ordens a tomar cuidado com o uso do celular e que Cid admite que “pisou na bola”.
No áudio em questão, Cid diz que o ministro “é a lei” e que ele age da forma como bem entender. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação. Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em [inquérito sobre] vacina, eu estou em joia”, comentou.
Moraes autoriza liberdade
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou nesta sexta-feira (3) a soltura do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O militar estava preso desde 22 de março, quando foi detido após prestar depoimento ao STF sobre um áudio no qual fez ataques à Polícia Federal e a Moraes. O ministro manteve, ainda, o acordo de delação premiada feito pelo militar.
“Em virtude das declarações do colaborador Mauro César Barbosa Cid em audiência no Supremo Tribunal Federal, bem como de seus novos depoimentos perante a Polícia Federal e do resultado apresentado na busca e apreensão, apesar da gravidade das condutas, nessa exato momento, não estão mais presentes os requisitos ensejadores da manutenção da prisão preventiva, afastando a necessidade da atual restrição da liberdade de ir e vir”, disse o ministro.