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Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente só vai depor à Polícia Federal após ter acesso ao processo

O advogado Fabio Wajngarten esteve na PF e disse que todos os alvos da operação 'foram pegos de surpresa'

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília, e Yuri Achcar, da Record TV

Advogado Fabio Wajngarten, na sede da PF
Advogado Fabio Wajngarten, na sede da PF

O ex-secretário de Comunicação do governo Jair Bolsonaro Fabio Wajngarten afirmou que o depoimento do ex-chefe do Executivo à Polícia Federal só ocorrerá após a disponibilização dos autos do processo da Operação Venire, que investiga a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde.

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"O presidente Bolsonaro estará à disposição, como sempre esteve, das autoridades competentes tão logo a defesa tenha acesso aos autos", afirmou Wajngarten ao deixar a sede da PF.


O advogado Marcelo Bessa, que também atua na defesa de Bolsonaro, entrou com um pedido junto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ter acesso aos documentos da operação.

A defesa de Bolsonaro foi à sede da PF com o objetivo de conseguir acesso aos autos e às oitivas do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e dos ex-assessores especiais Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, presos na manhã desta quarta-feira (3) pela Operação Venire. No entanto, Wajngarten disse não ter tido acesso a "nenhuma informação preliminar". 


O advogado apenas detalhou que os presos ressaltaram que todos "foram bem tratados pelas equipes da Polícia Federal" e que os envolvidos "foram pegos de surpresa" pela operação. 

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Ao responder sobre uma arma apreendida na casa de Bolsonaro pela PF, Wajngarten justificou que se tratava de um equipamento funcional de um dos assessores e que já houve o pedido para a devolução. O advogado não respondeu sobre existir um suposto cartão de vacina com informações fraudadas e se limitou a dizer que Bolsonaro não se vacinou contra a Covid-19.


Operação Venire

Ao todo, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Segundo a PF, as inserções falsas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, no caso, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários.

"Eu não fui vacinado. Decisão pessoal minha, principalmente depois de ler a bula da Pfizer. A minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen. Está documentado. A minha filha Laura, que respondo por ela, atualmente com 12 anos, também não tomou a vacina. Em momento nenhum eu falei que tomei a vacina. O resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo", declarou Bolsonaro antes de deixar a casa após a operação da PF.

Os fatos investigados configuram em tese crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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