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R7 Brasília

Defesa diz que Jair Renan 'está surpreso, mas tranquilo' com operação da polícia do DF

Filho 04 do ex-presidente Bolsonaro foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão por suposto envolvimento com crimes

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Operação investiga suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro
Operação investiga suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro

A defesa do filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, divulgou nota em que afirma que ele está "surpreso, mas absolutamente tranquilo" com a operação de busca e apreensão da Polícia Civil do Distrito Federal na casa dele, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina (veja íntegra da nota no fim desta reportagem). Jair Renan é investigado por suposto envolvimento em um esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

No total, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão, em Brasília e Balneário Camboriú. O principal alvo da operação é o instrutor de tiro de Jair Renan, o empresário Maciel Carvalho, que tem registros criminais por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa.

A polícia afirma que Maciel Carvalho e uma pessoa ligada a ele, também investigada, criaram a identidade falsa de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, que era usada para a abertura de contas bancárias e para figurar como proprietário de empresas usadas nas supostas fraudes.

Leia também: Ao defender Jair Renan, Flávio Bolsonaro argumenta que o irmão ‘não tem onde cair morto’


De acordo com a polícia, o grupo teria forjado relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando, para isso, dados e declarações falsas, além de movimentações financeiras suspeitas entre si e possível envio de valores para o exterior. O R7 tenta contato com a defesa dos demais investigados.

Veja a íntegra da nota da defesa de Jair Renan:


"Ocorreu, na data de hoje, cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência de Jair Renan em Balneário Camboriú/SC, onde foram apreendidos: um aparelho celular, um HD e papéis com anotações particulares. Não houve condução de Renan para depoimento ou qualquer outra medida.

A defesa informa que foi recém-constituída, e que por isso não obteve acesso aos autos da investigação ou informações sobre os fundamentos da decisão.


Renan informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo com o ocorrido.

Admar Gonzaga

advogado"

Investigação

A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (24) mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação analisa um suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão em Brasília e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Jair Renan em foto no instagram pessoal
Jair Renan em foto no instagram pessoal

Segundo a PCDF, o principal alvo da operação é Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Renan. Carvalho possui diversos registros criminais, por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa. 

Só neste ano, ele já foi alvo de duas operações da Polícia Civil do Distrito Federal. A Operação Succedere apurou a ocorrência de crimes tributários praticados por uma organização criminosa especializada em emissão ilícita de notas fiscais; e a Operação Falso Coach, que apurou o uso de documentos falsos para o registro e comércio de armas de fogo e a promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa em nome de um “laranja”. 

A polícia afirma que Maciel Carvalho e uma outra pessoa ligada a ele criaram a figura de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cuja identidade falsa foi usada para a abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de laranja.

Os policiais civis descobriram ainda que os investigados teriam forjado relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se, para tanto, de dados de contadores sem o consentimento destes e inserindo declarações falsas com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante; além disso, teriam mantido movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.

Flávio Bolsonaro se pronuncia

Após o anúncio das investigações, o senador Flávio Bolsonaro defendeu o irmão Jair Renan. Segundo ele, a operação “causou muita estranheza, porque é uma pessoa que não tem onde cair morta”, justificou. 

O parlamentar também afirmou que o investigador está "procurando pelo em ovo" e sugeriu uma perseguição pelo fato de o alvo ser filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ao que parece, é, mais uma vez, uma perseguição desenfreada em cima de Bolsonaro e todo o seu entorno."

Jair Renan fala sobre pandemia

Em julho, voltou a viralizar nas redes sociais uma fala do quarto filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, em que ele afirma que a pandemia da Covid foi "a época que mais peguei gente". A declaração foi dada durante o episódio do podcast Social Pro gravado em junho do ano passado (veja o vídeo abaixo). 

Foi a época que mais peguei gente. Por mais que eu ficava (sic) dentro de casa%2C fiquei três semanas sem pegar ninguém%2C já tava doido. Falei 'cara%2C preciso dar um jeito'. Aí lembrei que tem Tinder. Baixei o Tinder. Meu irmão%2C foi maravilhoso.

(JAIR RENAN BOLSONARO, QUARTO FILHO DO EX-PRESIDENTE JAIR BOLSONARO)

Investigação sobre joias

A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michelle Bolsonaro junto com os de Jair Bolsonaro, afirmou uma fonte da corporação à reportagem. Nos últimos dias, as investigações sobre as supostas vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades estrangeiras puseram o ex-presidente e a esposa dele na mira da PF.

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