Brasília Defesa diz que Jair Renan 'está surpreso, mas tranquilo' com operação da polícia do DF

Defesa diz que Jair Renan 'está surpreso, mas tranquilo' com operação da polícia do DF

Filho 04 do ex-presidente Bolsonaro foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão por suposto envolvimento com crimes

  • Brasília | Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Operação investiga suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro

Operação investiga suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro

Reprodução/Instagram Jair Renan Bolsonaro

A defesa do filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, divulgou nota em que afirma que ele está "surpreso, mas absolutamente tranquilo" com a operação de busca e apreensão da Polícia Civil do Distrito Federal na casa dele, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina (veja íntegra da nota no fim desta reportagem). Jair Renan é investigado por suposto envolvimento em um esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

No total, são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão, em Brasília e Balneário Camboriú. O principal alvo da operação é o instrutor de tiro de Jair Renan, o empresário Maciel Carvalho, que tem registros criminais por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa.

A polícia afirma que Maciel Carvalho e uma pessoa ligada a ele, também investigada, criaram a identidade falsa de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, que era usada para a abertura de contas bancárias e para figurar como proprietário de empresas usadas nas supostas fraudes.

Leia também: Ao defender Jair Renan, Flávio Bolsonaro argumenta que o irmão ‘não tem onde cair morto’

De acordo com  a polícia, o grupo teria forjado relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando, para isso, dados e declarações falsas, além de movimentações financeiras suspeitas entre si e possível envio de valores para o exterior. O R7 tenta contato com a defesa dos demais investigados.

Veja a íntegra da nota da defesa de Jair Renan:

"Ocorreu, na data de hoje, cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência de Jair Renan em Balneário Camboriú/SC, onde foram apreendidos: um aparelho celular, um HD e papéis com anotações particulares. Não houve condução de Renan para depoimento ou qualquer outra medida.

A defesa informa que foi recém-constituída, e que por isso não obteve acesso aos autos da investigação ou informações sobre os fundamentos da decisão.

Renan informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo com o ocorrido.

Admar Gonzaga
advogado"

Investigação

A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (24) mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação analisa um suporto esquema de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão em Brasília e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Jair Renan em foto no instagram pessoal

Jair Renan em foto no instagram pessoal

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM JAIR RENAN BOLSONARO

Segundo a PCDF, o principal alvo da operação é Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Renan. Carvalho possui diversos registros criminais, por falsificação de documentos, estelionato e organização criminosa. 

Só neste ano, ele já foi alvo de duas operações da Polícia Civil do Distrito Federal. A Operação Succedere apurou a ocorrência de crimes tributários praticados por uma organização criminosa especializada em emissão ilícita de notas fiscais; e a Operação Falso Coach, que apurou o uso de documentos falsos para o registro e comércio de armas de fogo e a promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa em nome de um “laranja”. 

A polícia afirma que Maciel Carvalho e uma outra pessoa ligada a ele criaram a figura de Antônio Amâncio Alves Mandarrari, cuja identidade falsa foi usada para a abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de laranja.

Os policiais civis descobriram ainda que os investigados teriam forjado relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se, para tanto, de dados de contadores sem o consentimento destes e inserindo declarações falsas com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante; além disso, teriam mantido movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.

Flávio Bolsonaro se pronuncia

Após o anúncio das investigações, o senador Flávio Bolsonaro defendeu o irmão Jair Renan. Segundo ele, a operação “causou muita estranheza, porque é uma pessoa que não tem onde cair morta”, justificou. 

O parlamentar também afirmou que o investigador está "procurando pelo em ovo" e sugeriu uma perseguição pelo fato de o alvo ser filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ao que parece, é, mais uma vez, uma perseguição desenfreada em cima de Bolsonaro e todo o seu entorno."

Jair Renan fala sobre pandemia

Em julho, voltou a viralizar nas redes sociais uma fala do quarto filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, em que ele afirma que a pandemia da Covid foi "a época que mais peguei gente". A declaração foi dada durante o episódio do podcast Social Pro gravado em junho do ano passado (veja o vídeo abaixo). 

Foi a época que mais peguei gente. Por mais que eu ficava (sic) dentro de casa, fiquei três semanas sem pegar ninguém, já tava doido. Falei 'cara, preciso dar um jeito'. Aí lembrei que tem Tinder. Baixei o Tinder. Meu irmão, foi maravilhoso.

JAIR RENAN BOLSONARO, QUARTO FILHO DO EX-PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

Investigação sobre joias

A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michelle Bolsonaro junto com os de Jair Bolsonaro, afirmou uma fonte da corporação à reportagem. Nos últimos dias, as investigações sobre as supostas vendas ilegais de joias presenteadas por autoridades estrangeiras puseram o ex-presidente e a esposa dele na mira da PF.

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