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Depois de delação de Cid, Marinha diz que 'opiniões individuais não representam' a Força 

À PF, ex-ajudante de ordens disse que Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para discutir minuta de golpe em 2022

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

Cid fechou a delação com a PF no início deste mês
Cid fechou a delação com a PF no início deste mês

A Marinha do Brasil afirmou nesta quinta-feira (21) que não teve acesso ao conteúdo da delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que não se manifesta sobre processos em curso. Em nota, o órgão disse que atos e opiniões individuais não representam o posicionamento da Força. À Polícia Federal, Cid afirmou que o ex-presidente se encontrou com a cúpula das Forças Armadas para discutir uma minuta de golpe no ano passado. 

"Consciente de sua missão constitucional e de seu compromisso com a sociedade brasileira, a Marinha Brasileira, instituição nacional, permanente e regular, reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência", diz o órgão.

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A Marinha reitera%2C ainda%2C que eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da Justiça para contribuir integralmente com as investigações.

(Marinha, em nota)

De acordo com a delação feita por Cid, os então comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea teriam se encontrado com Bolsonaro para discutir o assunto. O ex-ajudante de ordens disse que participou dessa reunião em que a minuta foi discutida.

O tenente-coronel relatou à PF que o então chefe da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria afirmado ao ex-presidente que a Força estaria pronta para uma intervenção militar.


Procurada, a defesa de Bolsonaro enviou a seguinte nota:

1. Durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal;


2. Jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito;

3. Reitera que adotará as medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso.

Delação premiada

Cid fechou a delação premiada com a PF no início deste mês. O acordo foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O tenente-coronel do Exército, preso em 3 de maio e solto cerca de menos de seis meses depois, é investigado por participação em esquema de fraude em cartões de vacinação e por tentativa de golpe de Estado.

O ex-ajudante de ordens é investigado também no caso das joias estrangeiras dadas a Jair e Michelle Bolsonaro e pelos atos do 8 de Janeiro.

Diante das informações contidas na delação de Cid, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou nesta quinta-feira (21) que o colegiado deve incluir na lista de pedidos a serem votados na próxima semana a convocação do almirante Almir Garnier Santos. A parlamentar quer também quebrar o sigilo de mensagens, conhecido como sigilo telemático, do militar.

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"Espero que na terça-feira [26] possamos, de fato, aprovar. O que temos é um acordo mantido e uma reunião preestabelecida", declarou a relatora.

O compromisso anterior previa a votação de seis novos depoimentos: quatro do governo e dois da oposição. No entanto, Eliziane ressaltou a necessidade de incluir Garnier, "diante das informações que foram divulgadas pela imprensa".

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