Deputado pede convocação de hacker da 'Vaza Jato' à CPMI do 8 de janeiro
Parlamentar cobra depoimento de Walter Delgatti Neto após hacker ser preso por suspeita de invasão ao site do CNJ
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, apresentou um requerimento nesta quarta-feira (2) para que a CPMI dos atos de 8 de janeiro convoque o hacker Walter Delgatti Neto a prestar depoimento no colegiado. O pedido do parlamentar será analisado na quinta-feira (3).
Nesta quarta, Delgatti Neto foi preso por suspeita de ter invadido o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserido documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Segundo Correia, “é imprescindível ouvir o senhor Walter Delgatti nesta CPMI, para prestar os devidos esclarecimentos quanto ao seu envolvimento na promoção dos atos criminosos contra a democracia e as instituições públicas brasileiras”.
“O ataque inseriu de forma ilegal 11 alvarás de soltura de pessoas presas e um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Em depoimento anterior o hacker confirmou que a ação visava demonstrar a vulnerabilidade do sistema de Justiça brasileiro e descredibilizar publicamente o sistema eletrônico de votação, com o intuito de questionar o resultado eleitoral das urnas”, disse o deputado.
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O parlamentar destacou, ainda, que o hacker precisa ser interrogado pela comissão para explicar a afirmação feita à Polícia Federal de que no ano passado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas caso tivesse o código-fonte das urnas.
Em depoimento à corporação, Delgatti Neto disse que o assunto foi discutido em uma reunião no Palácio da Alvorada. O hacker respondeu à Polícia Federal que o pedido de Bolsonaro ”não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE [ao código-fonte] foi apenas na sede do Tribunal” e que ele não poderia ir até lá.