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R7 Brasília

Dino defende regulação das redes sociais e diz que Judiciário é ativista porque foi convocado

Ministro da Justiça afirmou ainda que é 'impossível' o governo federal prender 15 mil garimpeiros na região amazônica

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O ministro da Justiça, Flávio Dino, participou do evento realizado pelo banco BTG Pactual
O ministro da Justiça, Flávio Dino, participou do evento realizado pelo banco BTG Pactual

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, voltou a defender nesta quarta-feira (15) a regulação das redes sociais. O titular da pasta disse ainda que é "impossível" prender 15 mil garimpeiros e avaliou que o Judiciário é ativista porque foi convocado pela sociedade.

As declarações foram dadas por Dino durante evento realizado pelo BTG Pactual, em São Paulo. Questionado, o ministro explicou que o governo está articulando um projeto de lei ou medida provisória que sugere a regulação das plataformas.

"Nós temos que trabalhar com novas questões, uma delas é a internet. Nós estamos propondo um debate sério sobre isso, alinhado às melhores práticas internacionais, em que não há, obviamente, nenhum cerceamento à liberdade de expressão, mas há compreensão de que liberdade de expressão absoluta não existe. Quem diz isso não sou eu, quem diz isso é o Código Penal", afirmou.

"Existe um projeto de lei que foi aprovado no Senado e tramita na Câmara. Estamos propondo ou o emendamento desse projeto ou a edição de um novo projeto, quem sabe uma medida provisória, que avance nesse sentido", acrescentou.


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No evento, o ministro da Justiça explicou que a intenção do governo não é regular questões de opinião e, sim, crimes. Dino citou o exemplo de chamarem ele de obeso, o que significa uma coisa, mas outra totalmente diferente é dizer que, por isso, ele merece ser metralhado, decapitado e exposto em praça pública.


"Alguém aqui pode achar que isso é um discurso razoável? Claro que não. Então aí, a prioristicamente, você tem que controlar. E esse controle é feito por quem? Pelas plataformas. A questão é que elas seguem seus próprios critérios para fazer esse arbitramento", destacou.

Judiciário x Ativismo

Para o ministro da Justiça, o Judiciário faz ativismo. "A pergunta é: o Judiciário é ativista porque quer ou é ativista porque é convidado a tanto? Mais do que convidado, convocado. Convocado por quem? Pela sociedade."


Questionado sobre o tema, Dino explicou que há duas razões para isso ocorrer: crise da política e litigiosidade econômica. "É injusto a essas alturas atribuir ao Judiciário uma espécie de intromissão indevido no jogo político e jogo econômico. Eu diria que mais especialmente o Poder Judiciário foi conduzido a isso e posso afirmar que os resultados foram mais positivos que negativos."

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Ainda no evento, o titular destacou que a tendência é de alargamento das funções judiciárias. "Creio que a tendência é um alargamento das funções judiciárias e dessa hiperjudicialização da vida política e econômica nos próximos anos, algo que talvez seja a marca do nosso tempo. Não é exclusivamente brasileiro, mas que chama a atenção no cenário nacional e vamos ter que lidar com o 'mal necessário'."

Garimpo

Durante o evento do banco, Dino afirmou que o governo federal não consegue prender 15 mil garimpeiros. "É rigorosamente impossível", resumiu.

Na semana passada, o ministro havia dito que o Estado começou a segunda fase da atuação do governo na Terra Indígena Yanomami. O titular assumiu o fato de que o governo federal tem permitido a fuga de garimpeiros ilegais no local e disse que há a expectativa da saída de até 80% desses criminosos ainda nesta semana.

"A fase 1 são essas medidas preparatórias, em que há, sobretudo, ações humanitárias de um lado e, do outro, a zona de exclusão aérea. E nós temos já nesta semana a transição para a fase 2, em que teremos ações policiais", explicou na ocasião.

Segundo Dino, houve uma solicitação para que fosse prestada ajuda aos garimpeiros. "Em relação à saída do território indígena, nós não daremos nenhum tipo de apoio [aos garimpeiros]. Houve solicitação e nós negamos. Não temos como empregar aeronaves públicas para apoiar pessoas que estavam cometendo crimes", disse.

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