Dino deve ficar no Ministério da Justiça até 8 de janeiro, dia em que o governo fará ato pela democracia
Presidente convocou ministros para o evento; na data, as ações extremistas que levaram à invasão dos Poderes completam um ano
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, recém-aprovado para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), deve permanecer no comando da pasta pelo menos até 8 de janeiro de 2024, dia em que as ações extremistas que levaram à invasão das sedes dos Três Poderes completam um ano. Na data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende realizar um ato em defesa da democracia, conforme anunciou na manhã desta quarta-feira (20) em reunião ministerial no Palácio do Planalto.
"Ele vai ficar como ministro até dia 8, porque estamos convidando para um ato para lembrar a tentativa de golpe no 8 de Janeiro. Vai ser convocado por mim, pelo presidente da Suprema Corte [ministro Luís Roberto Barroso], pelo presidente do Senado [Rodrigo Pacheco] e pelo presidente da Câmara [Arthur Lira]. Dino está articulando para ver em qual plenário vamos fazer", declarou Lula.
O presidente pediu a todos os ministros que compareçam ao evento. "Ninguém está pedindo para vocês não viajarem, mas quero a presença de todos no dia 8 de janeiro. Deve ser na Câmara ou no Senado. Depois vocês podem voltar a descansar", completou.
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'Ministro do STF não dá entrevista'
Lula aproveitou para comentar o que espera da atuação de Dino no STF e afirmou que deseja que ele seja um "comunista do bem".
"Segundo a direita, ele foi o primeiro comunista a assumir a Suprema Corte, e espero que seja um comunista do bem, que tenha amor, carinho e, sobretudo, que seja justo. Ali, não pode prevalecer apenas a visão ideológica. Com a sua competência, só tem uma coisa que você não pode trair: o compromisso com o povo brasileiro e com a verdade. Ministro da Suprema Corte não tem que ficar dando entrevista nem palpite sobre votos. Ele fala nos autos do processo, e é isso que interessa. Estou confiante que você será motivo de orgulho para o nosso país", afirmou o petista.
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O presidente também comemorou a aprovação da reforma tributária, que estava em discussão no Legislativo havia mais de 30 anos e recebeu o aval dos parlamentares na sexta-feira (15). As mudanças serão promulgadas nesta quarta (20).
"É importante comemorar o feito extraordinário da aprovação da primeira política de reforma tributária em um regime democrático, em um Congresso onde partidariamente todos os partidos são de médio para baixo porte. Conseguimos isso apenas colocando em prática a arte da negociação, muitas vezes mal interpretada, acusada de coisas de menor nível, de que o governo estava conversando com o centrão, com fulano, com beltrano. No nosso governo, a gente não conversa com centrão, a gente conversa com partidos."
Lula aproveitou, ainda, para ressaltar a abertura de mais 71 mercados para a venda de produtos agropecuários neste ano. "Para quem tinha dúvida da nossa relação com o agronegócio, só no nosso governo já foram abertos mais de 70 novos mercados para vender o que a gente produz. Quero agradecer a vocês de coração. Tem defeitos, depois no final vou mostrar algumas coisas que a gente quer consertar", completou.