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'É importante respeitar as instituições', diz Campos Neto

Declaração foi dada nesta terça-feira (14) pelo presidente do Banco Central, que tem sido alvo de críticas do governo federal

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

Alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (14) que "é importante respeitar as instituições" e voltou a defender a autonomia da instituição financeira.

"A regra do jogo é clara: quem determina a meta [de inflação] não é o Banco Central. O Banco Central, no fim das contas, segue a meta, tem um conjunto de instrumentos disponíveis e tem autonomia operacional dentro desses instrumentos para seguir a meta", afirmou Campos Neto.

"A gente não acha que qualquer coisa que vá no sentido de mudar a regra é bom. Fomos procurados recentemente pelo Legislativo sobre um projeto que poderia fazer mudança para as metas só serem mudadas se for unânime. Eu disse 'não, sou contra'. Isso não é a regra do jogo. A regra do jogo quem determina a meta é o governo. O Banco Central segue a meta", completou.

Autonomia do BC

As declarações foram dadas pelo presidente do BC durante conferência realizada pelo BTG Pactual. No evento, Campos Neto voltou a defender a autonomia da instituição. "É muito importante. Se a gente olhar nos países vizinhos, temos exemplos. No Chile, quando pega os dez princípios básicos da Constituição, tem um que é não mexer na autonomia", destacou. "Não é sobre o Banco Central ou Roberto Campos. É sobre um ganho institucional que gera melhoria na vida das pessoas", ressaltou.

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Recentemente, Lula tem travado embate com Campos Neto devido à insatisfação com a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior patamar dos últimos seis anos. Na última segunda-feira (13), o presidente do BC negou ter proposto ao governo um aumento da meta de inflação para ganhar flexibilidade na política monetária, determinante na definição das taxas de juros em um país.

Ele avalia que tal alteração traria riscos e poderia surtir efeito contrário ao desejado. "Acho que é importante dizer que nós não estudamos mudança de metas. Nós não entendemos que a meta é um instrumento de política monetária, mas existem aprimoramentos para se fazer", afirmou Campos Neto no programa Roda Viva, ao ser questionado se teria proposto aumentar a meta, sem detalhar as eventuais mudanças.

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Em meio a sucessivas críticas de Lula à atuação da autoridade monetária e ao nível dos juros no Brasil, Campos Neto disse entender a pressa do presidente, mas argumentou que reduções na taxa Selic só surtem efeito prático sobre os juros no país se as decisões tiverem credibilidade. 

"Em nenhum momento a gente defendeu simplesmente aumentar a meta no sentido de ganhar flexibilidade, mesmo porque não é nossa crença", acrescentou Campos Neto, que ressaltou que cabe ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encaminhar eventuais propostas de mudanças da regra ao CMN (Conselho Monetário Nacional).

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Dólar

O dólar caiu nesta terça-feira (14). Às 9h07, a moeda recuava 0,53%, com cotação a R$ 5,14. O movimento ocorre após o presidente do Banco Central negar que tenha proposto mudança na meta de inflação. A baixa segue tendência de segunda-feira (13), quando o dólar teve queda de 0,86%, a R$ 5,17. Foi o patamar de encerramento diário mais baixo em uma semana.

Ainda nesta terça, o Banco Central fará leilão de até 16 mil contratos de swap cambial — venda de dólares com compromisso de recompra — com data de vencimento em 3 de abril de 2023. A ideia dessa operação é aumentar a oferta da moeda americana, o que baixa seu preço e fortalece o real brasileiro.

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