Eduardo Bolsonaro tem entrevista cortada na Argentina ao defender porte de armas para civis; assista
Apresentador da emissora C5N, Gustavo Sylvestre chegou a ironizar o ex-presidente Bolsonaro por não conseguir se reeleger
Brasília|Giselle Santos, do R7, em Brasília
Na Argentina para apoiar o candidato ultraliberal Javier Milei, que vai disputar o segundo turno das eleições à Presidência do país com o ministro da Economia Sergio Massa, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) teve sua entrevista à emissora argentina C5N interrompida neste domingo (22) ao defender o porte de armas para civis. As propostas de Milei em muito se assemelham ao que era difundido pelo pai do parlamentar, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL).
"Quando estamos falando de armas de fogo, e veja que não é tão simples assim, não pode ter problemas com a polícia, com a Justiça, tem uma idade mínima. No Brasil, é necessário fazer um exame prático de disparo. Então, colocar adiante armas de fogo para os cidadãos significa dar condições de que tenham a legítima defesa, para que não sejam massacrados...", dizia Eduardo Bolsonaro, quando a fala foi interrompida por jornalistas que participavam da transmissão.
O apresentador da emissora argentina, Gustavo Sylvestre, chegou a ironizar o ex-presidente por não conseguir se reeleger em 2022. "Quão generosa é a Argentina, e somos os argentinos, para receber esse tipo de gente. É por isso que se foi o seu pai, que os brasileiros, com lógica, tiraram do poder, felizmente", disse o jornalista.
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Na Presidência da República, Jair Bolsonaro assinou uma série de atos que ampliavam o acesso da população a armas de fogo. Como mostrou o R7, o número de lojas de armas aumentou 143% de 2018 a 2021. A quantidade de novas permissões de estabelecimento passou de 237 para 577. No mesmo período, o número de pessoas físicas com registro de CAC (colecionador, atirador e caçador) saltou de 117.467 para 515.253, um crescimento de 338%.
Os decretos foram revogados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que suspendeu os novos registros de armas, clubes e escolas de tiro e de CACs e assinou um pacote de medidas que prevê a redução do número de armamentos a que têm direito colecionadores, atiradores desportivos e caçadores.
Eleições argentinas
O ministro da Economia argentino, Sergio Massa (centro-esquerda), obteve 36,68% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais e disputará o segundo turno com o líder ultraliberal e antissistema Javier Milei (29,98%), segundo a apuração de 98,51% das mesas eleitorais.
Massa, advogado de 51 anos, candidato da coalizão União pela Pátria, recebeu mais votos do que nas primárias de agosto, quando ficou com 27%, contra Milei, que obteve 30%.
O comparecimento às urnas foi de 74%, o mais baixo desde 1983. Se na Argentina o percentual de votantes ficou abaixo do esperado, no exterior ocorreu o inverso, e houve recorde de eleitores participantes. A Argentina tem 436 mil cidadãos votantes no exterior.
Entre as novas lideranças que serão eleitas estão candidatos à Presidência e Vice-Presidência, além de deputados, senadores de oito províncias e parlamentares do Mercosul.