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Eleições 2026: Lula sobe o tom enquanto a direita aposta em ‘Bolsonaro de papelão’

Movimentos do governo e da oposição indicam que o país entrou na disputa eleitoral antes mesmo de reconhecer o início da corrida

Brasília|Mariana Saraiva, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A corrida eleitoral para 2026 já está em andamento, antecipando disputas entre direita e esquerda.
  • O PL apresenta um "Bolsonaro de papelão" para manter a imagem do ex-presidente nas agendas públicas.
  • Lula intensifica sua presença política, defendendo propostas para 2026 em reuniões oficiais, conforme interpretado por adversários.
  • Especialistas asseguram que a polarização entre Lula e Bolsonaro se torna central devido ao sistema eleitoral brasileiro.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Figuras do Partido Liberal postam foto com uma imagem de Bolsonaro de papelão Reprodução/Instagram/@andrefernandes - 04.12.2025

Com a aproximação do fim do ano e a chegada do ciclo eleitoral de 2026, os gestos políticos se intensificam e começam a revelar as estratégias que devem orientar a disputa entre direita e esquerda.

Para especialistas, o país já entrou numa fase de pré-enquadramento emocional, uma disputa de narrativas que antecede o pedido explícito de voto, mas que molda a forma como o eleitor vai interpretar a campanha quando ela começar.


De um lado, o PL passou a usar uma reprodução em papelão do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, como forma de manter sua imagem presente em agendas públicas.

A peça surgiu nas redes sociais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após reunião do partido que resultou na suspensão da aliança firmada pelo PL com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará.


Na foto, Michelle aparece ao lado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), do deputado André Fernandes (PL-CE), e do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.

A imagem já havia sido vista na vigília organizada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio onde mora a família do ex-presidente. Em vídeo publicado no TikTok, apoiadores aparecem rezando ao lado do “Bolsonaro de papelão”.


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Enquanto isso, gestos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agendas oficiais vêm sendo interpretados por adversários como sinal de antecipação eleitoral.

Nessa quinta-feira (4), durante a última reunião de 2025 do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, Lula defendeu o fim da escala 6x1 como uma das principais bandeiras para 2026. A PEC que altera o modelo está parada na Câmara após um pedido de vista coletivo nessa quarta-feira (3).


Cenário

Ao R7, o cientista político Gabriel Amaral avalia que o cenário revela um país que “entrou em campanha sem perceber que cruzou a linha de largada”.

Para ele, governo e oposição disputam, com velocidade incomum, o direito de narrar o presente. “O lulismo tenta consolidar a percepção de reconstrução como eixo de continuidade, enquanto a direita busca transformar insatisfação e ressentimento em identidade política”, analisa.

Segundo Amaral, discursos como o de Lula no Conselhão vivem “na zona cinzenta em que governo e campanha se confundem não pela intenção explícita, mas pelo contexto”.

Ele lembrou que presidentes, ao entrar no último terço do mandato, falam simultaneamente “à sociedade e ao calendário”. “Ao fazer balanços, destacar indicadores e projetar horizontes, Lula cumpre a liturgia do cargo, mas também ativa o instinto político. No Brasil, a disputa pela narrativa antecede a disputa pelas urnas”, constata.

‘Narrativa do martírio’

Sobre o uso do “Bolsonaro de papelão”, Amaral comentou que a estratégia sintetiza o momento do campo conservador. No plano prático, disse ele, a imagem expõe a limitação objetiva de um líder impedido de circular e discursar. No simbólico, porém, transforma ausência em presença.

“Funciona como ícone ritual e amplia a narrativa do martírio. O papelão não diminui Bolsonaro. Torna sua impossibilidade de atuação uma suposta prova de injustiça.”

O cientista político observa ainda que Lula e Bolsonaro seguem como polos centrais não apenas pela história recente, mas pelas regras do sistema eleitoral brasileiro.

“O modelo de dois turnos cria condições perfeitas para cristalizar antagonismos. O segundo turno não é só uma etapa, é uma engrenagem que empurra o país para escolhas binárias, convertendo divergências em confrontos. A polarização não é acidente, é consequência”, sustenta.

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