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R7 Brasília

Em audiência, União pede 24 horas para analisar propostas sobre ICMS de combustíveis

Governo e estados se reuniram nesta terça-feira (28) em agenda organizada pelo Supremo Tribunal Federal, que julga o tema

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Motorista abastece em posto de combustíveis
Motorista abastece em posto de combustíveis

Representantes do governo federal pediram um prazo de 24 horas para analisar as propostas que visam conter a alta nos preços dos combustíveis no país. A informação foi repassada por meio de um comunicado do Supremo Tribunal Federal, que nesta terça-feira (28) organizou uma audiência de conciliação entre a União e estados sobre o tema.

"Ato contínuo, os representantes da União utilizaram da palavra, trazendo a necessidade de conciliação, e comprometeram-se a analisar com cuidado todas as questões levantadas. Defenderam a higidez constitucional das Leis Complementares 192/2022 e 194/2022 e, ao fim, solicitaram o prazo de 24 horas para refletirem sobre as propostas", consta no comunicado. "Todos os entes federativos puderam manifestar-se e ficou acertado que as partes se manifestariam em um prazo exíguo nos autos (24 horas)", finaliza.

Desde as 9h, governo e estados se reuniram para negociar a questão sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para combustíveis. A reunião ocorreu de forma virtual e secreta, após a União acionar a Corte contra as políticas estaduais para a cobrança desse tributo.

Durante a audiência, o representante do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal) citou as Leis Complementares 192/2022 e 194/2022 — a primeira altera a forma de cobrança do ICMS sobre combustíveis e a segunda limita a 17% ou 18% a cobrança do imposto sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.


A entidade argumenta que com as duas medidas as perdas para os entes federativos chegariam a R$ 134 bilhões, com impacto principalmente nas áreas de saúde e educação.

Propostas

Diante do cenário, os estados apresentaram diversas soluções. O presidente do Conpeg (Colégio Nacional dos Procuradores dos Estados) disse que seria possível aplicar a média dos 60 últimos meses em relação ao preço do diesel. Ele propôs a criação de uma comissão para debates que envolvem todas as ações de controle e citou o veto de Bolsonaro à compensação integral dos estados.


Os entes propuseram a não vinculação da alíquota modal com o tema da essencialidade, para que não sejam reduzidas as parcelas do Fundo de Combate à Pobreza. Os estados pedem que as alíquotas do ICMS sobre operações de fornecimento de combustíveis em patamar superior às cobradas sobre as operações gerais sejam aplicadas apenas a partir de 2024.

Também solicitam a retirada da inclusão da Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica (Tust) e da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica (Tusd) na base de cálculo do ICMS até que o processo que discute o assunto seja finalizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Ação

Mais cedo, governadores de 11 estados e do Distrito Federal entraram com uma ação junto ao STF contra a lei que fixa a alíquota do ICMS sobre bens essenciais. Os entes pedem que a medida seja declarada inconstitucional e afirmam que se trata de um intervencionismo sem precedentes da União.

A lei limita a cobrança do ICMS entre 17% e 18% na comercialização de gasolina, etanol, diesel, biodiesel, gás de cozinha e derivado de gás natural. Os estados pedem que seja declarada inconstitucional a Lei Complementar 194/2022, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Na ação, os governadores argumentam que se trata de um "intervencionismo sem precedentes da União". "O governo federal pretende resolver a espiral inflacionária. O truque a ser tirado da cartola não é um coelho, mas uma bomba prestes a explodir no colo de estados, DF e municípios", afirmam.

A ação é assinada por Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará e Distrito Federal. Nenhum estado da região Sudeste assinou o documento, que foi protocolado após São Paulo e Goiás anunciarem a redução de alíquota do ICMS de combustíveis para 18% e 17%, respectivamente.

O ICMS representou 86% da arrecadação dos estados em 2021, segundo a ação. Apenas combustíveis, petróleo, lubrificantes e energia responderam por quase 30% do valor arrecadado com o imposto. "Haja vista que os municípios ficam com 25% do ICMS, esses entes federativos também perderão receitas", apontam.

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