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Cadastro previsto para bolsa de R$ 1.000 a caminhoneiros inclui até motorista de furgão

Idealizada para reduzir a pressão por causa da alta dos combustíveis, bolsa-caminhoneiro é baseada em cadastro da ANTT

Economia|Do R7

Base usada para a concessão do benefício não é atualizada desde 2007
Base usada para a concessão do benefício não é atualizada desde 2007 Base usada para a concessão do benefício não é atualizada desde 2007

Na pressa para oferecer uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1.000 por mês e, assim, reduzir a pressão por causa da alta dos combustíveis, o governo pretende se basear em um cadastro genérico da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que inclui, até mesmo, registros de veículos menores, como furgão, o que pode abrir espaço para fraudes.

O governo pretende oferecer o vale a pessoas cadastradas no RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas). Acontece que essa base de dados, criada por lei em 2007, tem apenas a finalidade de ser uma referência da estrutura de transporte no país.

Os dados não são atualizados pela agência desde 2017 e não exigem revalidação por parte dos motoristas em atividade. O cadastramento é feito pela internet pelo próprio trabalhador ou por meio de sindicatos que o representem, sem exigência de informações detalhadas e sem acompanhamento de seus serviços.

Na prática, é grande a chance de milhares de pessoas com dados ativos no cadastro terem até mesmo deixado a atividade há anos. Por outro lado, pode haver profissionais que começaram a trabalhar recentemente com o transporte de carga e ainda não se cadastraram.

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Os dados da ANTT revelam que, até maio, havia 872.320 transportadores autônomos de cargas no país. Isso significa ainda que empregados formais de empresas de transporte, com registro em carteira de trabalho, não teriam acesso ao benefício.

Neste mês, conforme apurou a reportagem, mais 5.000 pessoas já correram para o sistema e se cadastraram como motoristas de carga. Essa média mensal de novos cadastros tem se mantido neste ano, apesar de toda a crise causada pela alta do diesel e de a classe de motoristas ameaçar greves.

Em 2017, a ANTT chegou a fazer um recadastramento de sua base, processo que ocorria a cada cinco anos. Desde então, porém, essa exigência de recadastramento caiu. Procurada pela reportagem, a ANTT declarou apenas que "o objetivo do registro é organizar o setor e ter a mensuração da capacidade de frete do país".

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