Em defesa de fundo de preservação, Lula vai à Colômbia para encontro de países amazônicos
Presidente embarca nesta quinta-feira; nações participantes também devem discutir COP30, que ocorre em novembro em Belém
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta quinta-feira (21) para Bogotá, na Colômbia, onde participa da 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica).
O grupo é formado pelos oito países sul-americanos que compartilham a amazônia — Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
O encontro entre chefes de Estado ocorre na sexta (22), dia em que Lula retorna ao Brasil. Além do petista, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, está confirmado no evento. Os demais países devem enviar representantes.
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A expectativa é que a reunião gere dois documentos principais: uma declaração conjunta (leia mais abaixo) e um comunicado de apoio ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), fundo internacional idealizado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas tropicais.
O TFFF deve ser apresentado na COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que neste ano ocorre em novembro, em Belém (PA). Com o comunicado conjunto, Lula espera reforçar o apoio político da região à iniciativa.
Cronograma
A agenda desta sexta começa pela manhã, com encontro dos chefes de Estado e representantes da região com a sociedade civil.
Em seguida, os líderes têm uma reunião privada, seguida de almoço e da adoção da Declaração de Bogotá.
Segundo o governo brasileiro, a presença de Lula reafirma o compromisso do Brasil em fortalecer a OTCA e avançar na nova agenda estratégica para a amazônia.
Documentos conjuntos
A previsão é que a Declaração de Bogotá, principal resultado do encontro, registre os consensos regionais em torno dos resultados esperados da COP30, com ênfase no combate à mudança climática. Além disso, o texto deve fazer um balanço das ações implementadas desde a Cúpula de Belém, em 2023.
Paralelamente, será apresentado o comunicado conjunto de apoio à proposta brasileira do TFFF, mecanismo considerado inovador para financiar a preservação das florestas tropicais.
A expectativa do governo brasileiro é que o fundo mobilize até US$ 125 bilhões, que serão investidos em um portfólio diversificado. A ideia é gerar renda suficiente para sustentar os chamados “dividendos florestais”, ou seja, pagamentos regulares aos países que comprovarem a conservação de suas florestas.
Fundo idealizado pelo Brasil
O chefe da Divisão de Biodiversidade do Ministério das Relações Exteriores, secretário Patrick Luna, explicou que 20% do capital do TFFF deve ser feito por governos, e 80%, por fontes privadas, o que inclui fundos de investimento e filantropia internacional.
A contribuição ao fundo não será considerada uma doação, mas, sim, um investimento, com retorno anual competitivo em relação ao mercado e devolução integral do valor após cerca de 40 anos, como estimou Luna.
O Brasil já conduz negociações com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A proposta também busca se articular com países da Bacia do Congo e da Ásia, que reúnem grandes áreas de florestas tropicais.
Apesar de apenas dois presidentes da região estarem confirmados na cúpula, o Itamaraty avalia que a ausência dos demais não deve comprometer o apoio ao fundo.
O governo brasileiro aposta no endosso político dos oito países amazônicos para demonstrar à comunidade internacional que o mecanismo beneficiará ao menos 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais, e não apenas o Brasil.
Segundo a chancelaria brasileira, o apoio a ser firmado em Bogotá terá caráter político, enquanto a adesão formal ao fundo será discutida e oficializada na COP30.
Leia perguntas e respostas sobre o assunto
Qual é o objetivo da viagem de Lula à Colômbia?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja à Colômbia para participar da 5ª cúpula de presidentes da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), onde discutirá a preservação da Amazônia e o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre).
Quais países fazem parte da OTCA?
A OTCA é composta por oito países sul-americanos que compartilham a Amazônia: Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Quando e onde ocorrerá o encontro entre os chefes de Estado?
O encontro ocorrerá na sexta-feira (22), em Bogotá, e Lula retornará ao Brasil no mesmo dia.
Quais documentos são esperados como resultado da cúpula?
Espera-se que a reunião produza uma declaração conjunta e um comunicado de apoio ao TFFF, que visa financiar a preservação de florestas tropicais.
O que é o TFFF e qual é sua importância?
O TFFF é um fundo internacional idealizado pelo Brasil para financiar a preservação de florestas tropicais. Ele será apresentado na COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, e busca mobilizar até US$ 125 bilhões para sustentar pagamentos regulares a países que comprovarem a conservação de suas florestas.
Como será a estrutura da agenda do encontro?
A agenda começará com um encontro dos chefes de Estado e representantes da sociedade civil, seguido de uma reunião privada, um almoço e a adoção da Declaração de Bogotá.
Qual é a expectativa do governo brasileiro em relação ao apoio ao TFFF?
O governo brasileiro espera que o apoio político dos países amazônicos demonstre à comunidade internacional que o TFFF beneficiará não apenas o Brasil, mas também outros 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais.
Como será a contribuição para o TFFF?
A contribuição ao TFFF será considerada um investimento, com 20% do capital vindo de governos e 80% de fontes privadas, incluindo fundos de investimento e filantropia internacional. O retorno será competitivo em relação ao mercado, com devolução integral após cerca de 40 anos.
Quais países estão sendo abordados para investir no TFFF?
O Brasil já está em negociações com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos, além de buscar articulação com países da Bacia do Congo e da Ásia.
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