Em live semanal, Bolsonaro defende contagem pública de votos
O presidente disse que confia nas urnas, mas defendeu mudanças no sistema eleitoral para que seja possível auditar votos
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
Em live nas redes sociais nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a adoção da contagem pública de votos nas eleições deste ano, bem como a possibilidade de que os eleitores tenham o direito de auditar as suas escolhas na urna. Na avaliação do chefe do Executivo, esses métodos poderiam garantir mais segurança e transparência ao processo eleitoral.
"Essa questão de eleições limpas, auditáveis, contagem pública de votos, isso todo mundo quer. Isso daí não vai ser uma ou outra pessoa que vai dizer: 'Vai ser como eu quero, o resto aí, não devemos satisfação'. Deve satisfação, sim. Todos devem satisfação à democracia, e essa questão deve ser a mais clara, mais limpa, mais transparente possível", opinou Bolsonaro.
O presidente afirmou querer "eleições limpas e transparentes", e disse ter certeza de que "brevemente essas questões estarão resolvidas", sem dar mais detalhes.
Ao longo de 2021, o presidente cobrou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a adoção do voto impresso nas eleições e levantou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, chegando a afirmar que o pleito de 2018 foi marcado por fraudes. A decisão de alterar a forma de votação ficou a cargo do Congresso, que acabou rejeitando uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que sugeria a impressão de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor após ele digitar os votos.
Durante a live desta quinta, Bolsonaro disse que confia nas urnas eletrônicas, mas enfatizou que elas podem ser invadidas. "Nós acreditamos, sim, nas máquinas. Mas tem pessoas que operam as máquinas, e daí o problema existe", comentou.
O presidente ainda incitou o TSE, dizendo que o Tribunal estaria se recusando a dar uma satisfação sobre eventuais irregularidades no sistema eletrônico de votação constatadas pelas Forças Armadas nos testes públicos de segurança das urnas promovidos pela Corte. Segundo Bolsonaro, o TSE não respeitou um prazo de 30 dias para se manifestar.
"Isso está na mão do ministro [da Defesa] Braga Netto. Ele está tratando desse assunto e vai entrar em contato com o TSE para ver se o atraso foi em função do recesso ou não, se o documento vai chegar. Daí, as Forças Armadas vão analisar e dar resposta. O que queremos e o TSE quer são eleições limpas, transparentes. Realmente eleições que possam ser auditadas. É o mínimo que se espera do processo eleitoral."