A agência de turismo online Hurb se comprometeu com o governo a honrar os compromissos feitos com os consumidores que compraram pacotes de viagens. Na sexta-feira (12), representantes da plataforma se reuniram com o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, e afirmaram que devem entregar, no prazo de dez dias, um plano de reestruturação para atender aos contratos que ainda não foram cumpridos.
A empresa também garantiu que vai melhorar processos internos e aprimorar a transparência nas informações sobre produtos e serviços oferecidos. “O objetivo das nossas tratativas com a plataforma Hurb é resolver as pendências dos consumidores, para que eles tenham a convicção de que os seus contratos serão cumpridos”, declarou Wadih Damous.
Segundo os representantes da companhia, a empresa iniciou uma nova fase, com seus 1.600 colaboradores em força-tarefa para normalizar o cenário. "O Hurb está trabalhando em uma grande força-tarefa para cumprir com todas as suas obrigações, sempre de olho no que é o melhor para o consumidor. Foi esse compromisso que assumimos com a Senacon", afirmou Otávio Brissant, CEO da Hurb.
A agência teve de ir até o Ministério da Justiça e Segurança Pública explicar o motivo de suspostamente não ter cumprido a entrega de pacotes de viagens vendidos durante a pandemia. Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), nos três primeiros meses de 2023 foram mais de 11 mil reclamações, contra 12 mil em todo o ano de 2022.
Além disso, o índice de solução das demandas na plataforma consumidor.gov caiu de 64% (2022) para 48,05% (2023). Cerca de 60% das reclamações, em 2023, se referem a consumidores que não conseguiram o cumprimento das ofertas pela empresa, como viagens e hospedagens.
Em meio à onda de queixas, o CEO da empresa, João Ricardo Mendes, renunciou ao cargo após o vazamento de um vídeo em que xingou e expôs dados pessoais de um cliente que reclamava do serviço da empresa.
A Hurb já havia sido notificada no ano passado das denúncias recebidas e solicitada a apresentar esclarecimentos sobre as práticas comerciais adotadas. No entanto, as respostas apresentadas não foram suficientes para sanar as irregularidades apontadas pelos consumidores.