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R7 Brasília

Escola do DF denuncia injúria racial em torneio de futebol entre estudantes

Alunos do Colégio Galoís teriam xingado estudantes da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima durante partida de futsal

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Colégio Galoís diz que investiga o caso

A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima publicou nesta semana uma nota de repúdio contra um episódio em que estudantes foram ofendidos por alunos do Colégio Galoís em uma partida de futsal. O caso aconteceu em 3 de abril, durante a Liga das Escolas. A direção relatou ao R7 que os estudantes da escola franciscana foram chamados de “macacos”, “filhos da empregada” e “pobrinhos”.

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“Tínhamos ido para a competição de futsal dentro do ginásio do Galoís, não tínhamos torcida, mas os outros estudantes atacaram o time com musiquinhas, dizendo que a tua mãe lava a louça e a roupa da minha casa. Eles batiam no peito imitando macacos. Foi horrível. Nossos alunos ficaram muito abalados”, disse a diretora, Inês Alves Lourenço.

Inês afirma que está tomando as medidas necessárias e que vai registrar um boletim de ocorrência. “O que queremos não é a punição, porque nosso papel é educar os alunos. Estamos atrás de respeito, de educar essa juventude, sem discriminação. A escola é um lugar de princípios e de valores.”

A Escola Franciscana diz na nota que, “embora tivessem diversos responsáveis no local, nenhuma providência efetiva e adequada foi adotada pelos prepostos do Colégio Galoís, que estavam presentes nas instalações do ginásio”.


“Importante destacar que os alunos ‘agressores’ encontravam em sua maioria uniformizados, ou seja, estavam sob a guarda e responsabilidade do Colégio Galoís, que, neste caso, mostrou-se conivente com a situação humilhante e vexatória vivida pelos alunos da Escola Fátima.”

A escola declara que é inadmissível que em pleno século 21 ainda se presencie atos “tão repugnantes como os que foram direcionados aos nossos atletas”. “O preconceito racial e social não deve ter espaço em nenhum ambiente, especialmente em uma escola, onde os alunos devem ser ensinados a valorizar a diversidade e a promover o entendimento mútuo.”


“Investigação interna”

Em resposta ao ocorrido, a direção do Colégio Galoís disse que tomou conhecimento dos fatos com extrema preocupação. “Entendemos que os atos ali [nota de repúdio] expostos são de extrema seriedade e que necessitam de uma intervenção imediata por parte do colégio. Primeiramente, queremos reafirmar que os valores que nos guiam refutam veementemente qualquer forma de comportamento preconceituoso. Nossos pilares se baseiam no respeito à diversidade e na promoção da inclusão.”

A escola afirma que iniciou uma “investigação interna rigorosa” e que está comprometida “em não apenas a identificar os envolvidos, mas também a aplicar medidas disciplinares e ampliar, ainda mais, ações educativas necessárias pertinentes”.

“Como educadores, acreditamos que a educação é ferramenta poderosa de transformação social e deve ser utilizada para construir pontes de entendimento e respeito mútuo entre todos, sobretudo, entre jovens. Solidarizamo-nos profundamente com os alunos e a comunidade da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima que se sentiram ofendidos e magoados. Entendemos que o ocorrido não só afetou esses alunos, mas também manchou o espírito de amizade e respeito que deve prevalecer em eventos educacionais e esportivos”, finaliza.

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