Ex-assessor de Bolsonaro nega saída do Brasil em depoimento à PF
As declarações se tornaram públicas após a decisão do ministro Alexandre de Moraes
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
Durante seu depoimento à Polícia Federal, Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, negou ter saído do Brasil em dezembro de 2022. Ele afirmou que sua última viagem internacional aconteceu em setembro do mesmo ano, quando acompanhou o ex-presidente Jair Bolsonaro em compromissos no exterior.
Martins contestou as alegações de que teria viajado para Orlando a bordo do avião presidencial, burlando o sistema migratório. Ele destacou que no dia seguinte supostamente à data da viagem, realizou um trajeto doméstico de Brasília a Curitiba, o que tornaria impossível sua presença em outro país.
Além disso, negou qualquer conhecimento sobre um núcleo jurídico voltado para a elaboração de minutas com intenções golpistas ou sua participação em reuniões dessa natureza.
Embora tenha se recusado a responder diretamente às perguntas da PF, alegando falta de acesso ao inquérito na íntegra, Martins deixou claro que não teve envolvimento em atividades de teor golpista. No entanto, as investigações policiais indicam que ele apresentou a Bolsonaro uma minuta de decreto para execução de um golpe de Estado em novembro de 2022.
Os depoimentos vieram a público após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidir retirar o sigilo das declarações de Bolsonaro e outras 26 pessoas nesta sexta-feira (15). Moraes justificou que a medida se fez necessária devido a "inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial".