Ex-diretor da OMC defende indústria brasileira em audiência nos Estados Unidos
Roberto Azevêdo afirmou que Brasil não adota práticas injustificáveis que prejudiquem o comércio americano
Brasília|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
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O diplomata Roberto Azevêdo, consultor da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), defendeu a indústria brasileira nesta quarta-feira (3), em Washington.
O discurso aconteceu durante audiência pública no USTR (Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos).
Ele rebateu as alegações da investigação aberta pelo órgão americano com base na Seção 301 da Lei de Comércio, que analisa se políticas de outros países restringem injustamente o comércio norte-americano.
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Segundo Azevêdo, não há evidências de que o Brasil pratique medidas discriminatórias ou que prejudiquem empresas dos EUA.
“A noção de que o Brasil está agindo deliberadamente para prejudicar os Estados Unidos é totalmente infundada. Ao contrário, os fatos mostram que as empresas americanas, em geral, se beneficiaram das políticas brasileiras”, comentou.
Investigação e tarifas
Aberta em julho, a apuração do USTR envolve seis áreas de preocupação: comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção da propriedade intelectual, mercado de etanol e questões ambientais como desmatamento ilegal.
Em sua manifestação oral, de pouco menos de cinco minutos, o representante da CNI apresentou argumentos em cada um desses pontos, reforçando que o Brasil segue padrões internacionais e mantém políticas equilibradas que não configuram barreiras ao comércio.
O consultor ressaltou que os produtos dos EUA enfrentam no Brasil tarifas médias de somente 2,7%, uma das mais baixas em comparação a outros parceiros.
Também defendeu os avanços na proteção de patentes, lembrando que empresas americanas estão entre as mais beneficiadas pelas regras brasileiras.
Sobre o etanol, Azevêdo afirmou que Brasil e EUA, como principais produtores globais, deveriam atuar juntos para ampliar a demanda internacional em vez de levantar disputas bilaterais.
Já na área ambiental, sustentou que o país reforçou mecanismos de fiscalização e reduziu taxas de desmatamento, rejeitando a ideia de que práticas ilegais afetem a competitividade de produtores americanos.
O ex-diretor da OMC também frisou a importância da parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos.
“Somos as duas maiores democracias deste hemisfério. Deveríamos estar conversando um com o outro; não brigando um com o outro. Quaisquer problemas devem ser resolvidos por meio de diálogo e cooperação contínuos”, destacou Azevêdo.
Ele reforçou que a CNI apoia medidas que fortaleçam os laços bilaterais e ampliem o crescimento econômico em ambos os países.
Perguntas e Respostas
Quais foram as alegações que Azevêdo contestou?
Azevêdo contestou a investigação aberta pelo USTR com base na Seção 301 da Lei de Comércio, que analisa se políticas de outros países restringem injustamente o comércio dos EUA. Ele afirmou que não há evidências de que o Brasil pratique medidas discriminatórias contra empresas americanas.
O que Azevêdo disse sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos?
Ele afirmou que a ideia de que o Brasil age deliberadamente para prejudicar os Estados Unidos é infundada, ressaltando que as empresas americanas, em geral, se beneficiaram das políticas brasileiras. Azevêdo também destacou a importância da parceria comercial entre os dois países, sugerindo que problemas devem ser resolvidos por meio de diálogo e cooperação.
Quais áreas de preocupação foram abordadas na investigação do USTR?
A investigação do USTR envolve seis áreas de preocupação: comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção da propriedade intelectual, mercado de etanol e questões ambientais, como desmatamento ilegal.
* Sob supervisão de Leonardo Meireles
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