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R7 Brasília

Expectativa é de assinar acordo entre Mercosul e União Europeia 'muito em breve', diz chanceler

Declaração foi dada nesta quarta-feira pelo ministro das Relações Exteriores em reunião do Conselho do Mercado Comum

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante evento no Palácio Itamaraty
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante evento no Palácio Itamaraty

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira (6) que a expectativa brasileira é assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações estão em fase final, "muito em breve". A declaração foi dada durante reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, no Rio de Janeiro.

"Para o Mercosul, o Acordo de Associação com a União Europeia possui uma dimensão estratégica inequívoca. Com esse instrumento, estamos reforçando a identidade do nosso bloco como um ator econômico global. O acordo será um ponto de inflexão não apenas na relação birregional como também na dinâmica econômica das duas regiões. Estamos lançando as bases de uma integração de cadeias produtivas nos dois lados e nos dois sentidos", afirmou Vieira.

"Também tivemos presente a necessidade de adaptar nossas economias ao novo contexto introduzido pelo acordo. A abertura comercial promovida pelo Acordo Mercosul-União Europeia foi concebida e negociada para dar a nossos atores econômicos o tempo necessário para preparar-se. Especialmente na etapa negociadora mais recente, tivemos o cuidado de ampliar as salvaguardas para a implementação dos compromissos assumidos no acordo. Nossa expectativa é de poder assinar o Acordo de Associação muito em breve", acrescentou.

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A intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fechar o acordo durante a presidência brasileira do Mercosul. No entanto, países como França e Argentina têm se colocado de forma contrária ao tratado, o que tem emperrado as negociações. Nesta semana, o petista afirmou que não vai desistir da proposta e que, se ela não for concluída, será por causa da irrazoabilidade dos governantes em relação a necessidades sociais, econômicas e políticas. 


"Só posso dizer para você que não vai ter assinatura na hora em que terminar a reunião do Mercosul, que eu tiver o 'não'. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, vou lutar para fazer. Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos políticos, sociais e econômicos", afirmou Lula.

O evento desta quarta contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que citou "avanços importantes nas negociações" em torno do acordo entre Mercosul e União Europeia, que está em fase final. "Destaco os compromissos de ambos os lados em prol de um entendimento equilibrado em um futuro próximo e a partir das bases sólidas que construímos nos últimos meses de engajamento intenso", ressaltou.

Acordo

Se concluído, o acordo vai formar uma das maiores áreas de livre-comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, cerca de 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens. Se as normas da parceria já estivessem valendo em 2022, cerca de R$ 13 bilhões em exportações brasileiras para o bloco não teriam pagado imposto, de acordo com uma estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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Com o tratado, cerca de 95% de todos os bens industriais terão o imposto de importação para entrar no mercado europeu zerado em até dez anos, e mais da metade desses produtos — quase 3.000 — terá o benefício imediato na entrada em vigor do acordo, segundo a confederação.

O acordo do Mercosul com a União Europeia pode permitir a empresas brasileiras serem mais competitivas e terem maior espaço no mercado europeu, além de favorecer instrumentos de diálogo e cooperação política em diversos temas, como mudanças climáticas e segurança pública.

Entre 2002 e 2022, a participação da União Europeia nas vendas brasileiras caiu de 23% para 15%, enquanto a da China cresceu de 4% para 27%. Segundo a CNI, 22% das exportações brasileiras para a China em 2022 foram de bens da indústria de transformação. Esses produtos responderam por 49% de tudo o que o país exportou para o bloco europeu no ano passado.

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