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R7 Brasília

Focos de incêndio no DF devem aumentar em setembro, mas se mantêm dentro da normalidade

Corpo de Bombeiros informa que a média de agosto é de 90 focos por dia e de setembro é de 110

Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Esplanada dos Ministérios ficou encoberta pela fumaça das queimadas Lula Marques/ Agência Brasil - 26.08.2024

Apesar da fumaça que cobre o céu de Brasília desde domingo (25), o CBMDF (Corpo de Bombeiros Militar do DF) afirma que a quantidade de focos de incêndio está dentro da normalidade e que ainda deve aumentar em setembro. A corporação informa que a média de agosto é de 90 focos por dia e de setembro é de 110, conforme outros anos.

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“Apesar desse fenômeno raro que está acontecendo, dessa fumaça que veio oriunda de outros estados e pairou no nosso céu, a situação no Distrito Federal no que diz respeito à número de ocorrências em área queimada é de plena normalidade”, afirma o coordenador ambiental do CBMDF, Major Godoy. A média anual de área queimada é de 20 a 30 mil hectares.

Segundo o major, a previsão de aumento de queimadas em setembro também está dentro da normalidade, por causa das condições climáticas do mês. “[Em setembro], a gente vai estar acordando mais dias com esse aspecto de dia nublado”, relata.

A previsão da corporação é que o efetivo seja reforçado durante o próximo mês. Atualmente, são 100 militares por dia e mais de 22 viaturas. Em setembro, o número de agentes deve aumentar para 130.


O governo do Distrito Federal criou nesta segunda-feira (26) um plano de ação para eventos críticos de qualidade do ar. A elaboração do projeto foi feita após reunião entre a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e o Ibram (Brasília Ambiental) com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A medida é adotada devido a densa fumaça que atinge a capital do país desde domingo (25), vinda de queimadas em São Paulo, Goiás e do Triângulo Mineiro.

Em cerimônia na Câmara Legislativa do DF, Ibaneis explicou que o encontro serviria para definir as medidas do governo para “cuidar da população da melhor maneira possível”. “Nós estamos atendendo todas as ocorrências que vêm ocorrendo. O Corpo de Bombeiros está fazendo um belíssimo trabalho, a Defesa Civil também vem nos auxiliando”, disse.


O secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF, Gutemberg Gomes, admite que o momento é crítico. “Mas é um problema do país inteiro, temos várias regiões queimando. As mudanças climáticas e a ação humana têm causado grandes estragos na nossa vegetação. Mas o governo tem agido. O governador autorizou a contratação de 150 brigadistas de forma antecipada, e isso nos ajudou muito no combate dos incêndios florestais. O DF tem os incêndios florestais controlados, mas o meio ambiente não tem fronteiras”, disse.

Mudanças na direção dos ventos

De acordo com a previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) a fumaça deve deixar a capital do país na tarde desta terça-feira (27) depois de uma mudança na direção dos ventos que estão trazendo as partículas ao DF. A meteorologista do instituto Andrea Ramos explica que a presença da fumaça causou uma sensação térmica mais fria na manhã desta segunda.


Além das partículas, o DF está com aviso amarelo de perigo potencial de baixa umidade, que deve variar entre 30% e 20% no período da tarde, e temperatura máxima deve ficar em até 32ºC. “Esses poluentes estão vindo de outras regiões, como das queimadas em São Paulo, no sul de Goiás e no Triângulo Mineiro. Como estamos com uma massa de ar quente e seca na atmosfera, essas partículas ficam presas. A chuva poderia mudar esse cenário, mas como estamos sem previsão de chuva, dependemos da mudança da direção do vento”, diz Andrea.

A especialista ressalta que agosto é um mês naturalmente muito seco. “Temos nele essa característica de aumento de focos de incêndio, devido à baixa umidade e amplitude térmica. Estamos em Águas Emendadas, por exemplo, há 135 dias sem chuva. E essa tendência favorece as queimadas”, alerta.

Veja orientações do Ministério da Saúde para lidar com a fumaça e baixa umidade:

  • Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e mais protegidas;
  • Reduza o tempo de exposição a fumaça, prefira ficar dentro de casa, em local ventilado, com ar condicionado ou purificadores de ar;
  • Deixe as portas e janelas fechadas durante os horários com mais concentração de fumaça para reduzir a penetração da poluição externa;
  • Evite atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, principalmente entre às 12h e 16h, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas;
  • Use máscaras do tipo “cirúrgica” ou de pano, lenços ou bandanas para reduzir a exposição às partículas grossas de poluentes, principalmente se está em locais próximos a focos de queimadas;
  • Use máscaras do tipo N95, PFF2 e P100 para reduzir a inalação de partículas finas em locais atingidos pelas fumaças;
  • Redobre a atenção com crianças menores de 5 anos, idosos e gestantes, fique atento a sintomas respiratórios e outras ocorrências de saúde para buscar atendimento médico o mais rápido possível.

No caso de pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos, por exemplo, é necessário buscar atendimento médico para atualizar o plano de tratamento em casos de risco; também é recomendando manter os medicamentos e itens prescritos disponíveis para casos de crises agudas. O Ministério da Saúde também reforça que casos de crises e mal-estar devem ser atendidos pelo médico.

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