Governistas repercutem dois anos do 8 de Janeiro e pedem punição aos responsáveis
Lula tem uma série de compromissos em defesa da democracia em Brasília; Lira, Pacheco e Barroso não participam
Brasília|Do R7, em Brasília
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram as redes sociais para repercutir o marco de dois anos dos ataques de 8 de janeiro. Para o secretário de Comunicação, Paulo Pimenta, a data é um lembrete de que “todo dia é dia de defender a democracia”. Além disso, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o momento é de reflexão e união para a “preservação das instituições democráticas” (veja mais declarações abaixo).
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Paulo Pimenta – Secretário de Comunicação Social
Benedita da Silva – Deputada Federal (PT/RJ)
José Guimarães (PT-CE) – Líder do governo na Câmara
Rogério Correia – Vice-líder do governo na Câmara
Prejuízos
Os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro completam dois anos nesta quarta-feira (8) com reparos ainda não concluídos em obras dos Três Poderes, em Brasília. No Senado, duas peças de arte não tiveram restauração sequer iniciada, e deverão ter um custo de quase R$ 1 milhão. Ao todo, os gastos, que vão de reformas em estrutura aos objetos artísticos, ultrapassam a casa dos R$ 26 milhões.
“Foram perdidos 106 itens históricos de valor imensurável, como esculturas e móveis que não puderam ser restaurados e não podem ser repostos”, diz trecho de nota do STF. Entre os itens citados pela corte, estão togas de ministros, esculturas, medalhas e imagens do consagrado fotógrafo Sebastião Salgado, entre outros objetos.
Dois anos do 8/1
Há dois anos, centenas de manifestantes invadiram as sedes dos Poderes em Brasília em protesto antidemocrático contra o resultado eleitoral, que deu vitória ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Nessa terça-feira (7), o STF divulgou um balanço sobre as ações penais relacionadas ao 8 de Janeiro. Segundo os números, 371 pessoas já foram condenadas pelo STF por participação nos atos antidemocráticos.
Segundo o Supremo, 225 condenados receberam penas por crimes considerados graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado. Em alguns casos, as penas variam de 15 a 17 anos de prisão.
Outras 146 foram condenadas por crimes como incitação ao crime e associação criminosa. As penas são menores, de no máximo 3 anos de prisão, mas a grande maioria foi substituída por prestação de serviços comunitários e participação em cursos sobre democracia.
Além das condenações, ao menos 527 pessoas firmaram acordos com a Procuradoria-Geral da República (PGR), admitindo participação nos atos em troca de medidas alternativas à prisão, como o pagamento de multa e a participação em cursos educativos.
Os valores arrecadados com esses acordos, por enquanto, é de quase R$ 1,8 milhão. Ao todo, 81 pessoas recusaram o acordo, e 5 foram absolvidas, incluindo quatro em situação de rua que estavam presentes no local durante as invasões.