Governo exonera diretor do MEC alvo de operação da PF sobre kits de robótica
Alexsander Moreira estava afastado desde quinta-feira (1º), mas publicação com exoneração saiu no Diário Oficial desta segunda (5)
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O governo federal exonerou o diretor de Gestão Educacional do Ministério da Educação, Alexsander Moreira. Ele está entre os alvos da operação da Polícia Federal que investiga um esquema de fraude na compra de kits de robótica para escolas de municípios de Alagoas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (5).
A reportagem apurou que Moreira foi afastado pelo ministério na quinta-feira (1º) — quando a operação foi deflagrada —, mas a oficialização só saiu nesta segunda. As apurações mostram movimentações estranhas de dinheiro na conta de Moreira. O R7 tentou contato com o suspeito, mas ainda não obteve retorno.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
A operação investiga o suposto superfaturamento na compra de equipamentos de robótica a partir de verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O esquema teria ocorrido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022.
Prejuízo de R$ 8,1 milhões
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), as fraudes e o superfaturamento geraram prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos, além de sobrepreço, em relação às despesas anteriores, com perdas potenciais de R$ 19,8 milhões.
De acordo com a PF, contratações "teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora de equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes".
No centro das suspeitas está a empresa Megalic Ltda. Segundo a PF, a companhia foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios alagoanos. Entre os sócios da empresa está Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Além de Moreira, um ex-assessor de Lira foi alvo de operação. Luciano Cavalcante trabalhou no gabinete de Lira, mas atualmente estava lotado na liderança do PP na Câmara. Pela função, recebe R$ 14,7 mil de salário.
A assessoria de Lira disse que não vai se manifestar sobre o caso. O R7 procurou também a assessoria do PP, mas não obteve retorno.