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Governo lança programa de enfrentamento do crime organizado

Gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticada pela falta de mobilização em estados como o Rio de Janeiro e a Bahia

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Iniciativa prevê liberação de R$ 900 milhões até 2026
Iniciativa prevê liberação de R$ 900 milhões até 2026 Iniciativa prevê liberação de R$ 900 milhões até 2026

O governo federal lançou nesta segunda-feira (2) o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc). A portaria foi assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na sede da pasta, em Brasília. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticada pela falta de reação contra o avanço de crimes no Rio de Janeiro e na Bahia, que enfrentam ondas de violência. A iniciativa prevê a liberação de R$ 900 milhões para o combate às organizações criminosas, em ciclos, de 2023 a 2026.

Segundo Dino, o projeto será focado no fortalecimento da investigação criminal e atividade de inteligência, focado nas organizações criminosas. "Há aproximadamente 60 no território nacional, com duas mais destacadas, mas as facções regionais também estão devidamente mapeadas", afirmou o ministro.

Enfrentamento ao crime organizado

O Enfoc terá 40 ações e projetos, divididos em cinco eixos. O objetivo, segundo o ministério, é viabilizar a visão sistêmica das organizações criminosas, gerar integração institucional e informacional entre as redes de enfrentamento, valorizar os recursos humanos e fortalecer a investigação criminal e as atividades de inteligência.

Os cinco eixos do programa são integração institucional e informacional; aumento da eficiência dos órgãos policiais; portos, aeroportos, fronteiras e divisas; aumento da eficiência do sistema de justiça criminal; e cooperação entre os entes.

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"A Constituição é a nossa referência, só que, diferentemente do que acontece nas políticas públicas de saúde e educação, em que a integração federativa está no núcleo, isso não se colocou [na segurança pública], infelizmente", lamentou Dino. "Foram precisos 30 anos, em 2018, para que fosse votada a lei que institui o SUSP [Sistema Único de Segurança Pública] e a Política Nacional de Segurança Pública. Estamos complementando essa política nacional, pela primeira vez na nossa história, porque nos últimos quatro anos quase nada foi feito para tirar a lei do papel", completou. 

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Apesar das críticas à gestão do governo Lula na segurança pública, o Enfoc, segundo Dino, não foi motivado pelas ondas de violência que Rio de Janeiro e Bahia enfrentam. "Esse plano tem umas 80 páginas e está sendo construído há três meses. Portanto, não é uma reposta às crises, mas é útil no enfrentamento a elas", explicou. 

Planejamento

O anúncio do plano foi feito pelo secretário-executivo de Dino, Ricardo Cappelli, na última sexta-feira (29), depois de reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). "Se o crime está cada vez mais estruturado e organizado no país, o poder público precisa estar também cada vez mais integrado, organizado, unido para combater este que é um problema não só do Rio de Janeiro, mas um desafio nacional, uma vez que essas organizações estão cada vez mais articuladas", declarou Cappelli.

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Além do Rio de Janeiro, a Bahia também tem passado por uma crise na área de segurança pública. O estado já registrou mais de 50 mortes em operações da polícia, tendo superado a Polícia Militar fluminense em letalidade. Na semana passada, o ministro Dino se reuniu com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), para discutir parcerias para a segurança pública do estado.

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Na ocasião, Dino garantiu a ampliação de recursos para a área. Dias depois, o secretário de Segurança Pública da pasta, Tadeu Alencar, e o secretário de Políticas Penais, Rafael Velasco, viajaram para o estado para dar início às medidas de resposta à crise. Antes de Rodrigues, a Bahia foi governada por oito anos por Rui Costa, atual ministro da Casa Civil.

Ondas de criminalidade

A violência na Bahia se intensificou nos últimos dois meses. No início de agosto, 25 pessoas morreram em uma semana em enfrentamentos com a polícia. Em 15 de setembro, um policial federal morreu e outros dois ficaram feridos em um confronto com o crime organizado. Em seguida, uma operação que investigava os suspeitos do crime deixou mais nove mortos.

Um levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou que a Bahia é o segundo estado do país com o maior número de mortes violentas intencionais. Em 2022, a unidade federativa registrou uma taxa de 47,1 assassinatos a cada 100 mil habitantes.

Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro confirmam a alta no número de assassinatos no Rio de Janeiro. Entre janeiro e agosto deste ano, cerca de 2.190 pessoas foram assassinadas no estado. Um aumento de quase 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

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