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Governo rebate ‘The Economist’ após críticas a Lula: ‘Autoridade moral indiscutível’

Em carta enviada à revista, governo defende protagonismo internacional de Lula e refuta análise sobre perda de influência

Brasília|Do R7

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Em carta, governo argumenta que posição do país é consistente com os princípios da Carta da ONU Ricardo Stuckert/PR/03.06.2025

O governo brasileiro enviou uma carta à revista britânica The Economist para rebater críticas feitas à condução da política externa sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto defende a coerência dos posicionamentos do país em temas internacionais e reafirma o compromisso brasileiro com os pilares de democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo.

A correspondência foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e encaminhada à publicação.


A carta responde a uma reportagem publicada no último domingo (29), em que a revista afirma que o Brasil estaria se afastando das democracias ocidentais e dos Estados Unidos, enquanto se aproxima de países como China e Irã.

A publicação também aponta perda de influência internacional de Lula e queda de popularidade interna, além de criticar o presidente por, segundo o texto, não buscar aproximação com o presidente americano Donald Trump.


Na resposta oficial, o governo brasileiro argumenta que a posição do país é consistente com os princípios da Carta da ONU e com as normas da Agência Internacional de Energia Atômica, que visam prevenir contaminação radioativa e desastres ambientais.

Na carta, o governo brasileiro também menciona a posição adotada em relação à guerra na Ucrânia.


“Na gestão do presidente Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de abrir caminhos para uma resolução diplomática do conflito, ainda em 2023.”

O documento também ressalta o posicionamento do presidente em temas como mudanças climáticas e a priorização de agendas sociais frente ao aumento de tensões militares.


“Lula não é popular entre os negacionistas climáticos. Em face de uma nova corrida armamentista, ele está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global”, diz a carta.

Leia o documento na íntegra

“Em relação ao recente artigo publicado na sua página na internet em 29 de junho, gostaria de fazer as seguintes considerações.

Poucos líderes mundiais, como o Presidente Lula, podem dizer que sustentam com a mesma coerência os quatro pilares essenciais à humanidade e ao planeta: democracia, sustentabilidade, paz e multilateralismo. Como Presidente do G20, Lula construiu um difícil consenso entre os membros, no ano passado, e ao longo do processo logrou criar uma ampla aliança global contra a fome e a pobreza. Também apresentou uma ousada proposta de taxação de bilionários que terá incomodado muitos oligarcas.

O Brasil vê o BRICS como ator incontornável na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico. Nossa presidência trabalhará para fortalecer o perfil do grupo como espaço de concertação política em favor da reforma da governança global e como esfera de cooperação em prol do desenvolvimento e da sustentabilidade.

Sob a liderança de Lula, o Brasil tornou-se um raro exemplo de solidez institucional e de defesa da democracia. Mostrou-se um parceiro confiável que respeita as regras multilaterais de comércio e oferece segurança a investidores. Como um país que não tem inimigos, o Brasil é também um coerente defensor do direito internacional e da resolução de disputas por meio da diplomacia. Não fazemos tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa. Lula é um eloquente defensor da Carta das Nações Unidas e das Convenções de Genebra.

A posição do Brasil quanto aos ataques ao Irã e, sobretudo, às instalações nucleares é coerente com esses princípios. Nossa condenação responde ao fato elementar de que essas ações constituem uma flagrante transgressão da Carta da ONU. Ferem, em particular, as normas da Agência Internacional de Energia Atômica, organização responsável por prevenir contaminação radioativa e desastres ambientais de larga escala.

Na gestão do Presidente Lula, o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de abrir caminhos para uma resolução diplomática do conflito, ainda em 2023.

Lula não é popular entre os negacionistas climáticos. Em face de uma nova corrida armamentista, ele está entre os líderes que denunciam a irracionalidade de investir na destruição, em detrimento da luta contra a fome e do aquecimento global.

Para humanistas de todo o mundo, incluindo políticos, líderes empresariais, acadêmicos e defensores dos direitos humanos, o respeito à autoridade moral do presidente Lula é indiscutível."

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