Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Governo vai lançar plano de bioeconomia até outubro; setor pode faturar US$ 284 bi até 2050

Em entrevista ao R7, secretária de Bioeconomia do MMA adianta medidas que são estruturadas para o setor

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Governo federal lançou plano de Bioeconomia que será divulgado até outubro, antes da COP30.
  • Setor pode gerar US$ 284 bilhões até 2050 e reduzir 550 milhões de toneladas de carbono.
  • A política nacional será desenvolvida com participação de comunidades locais e 17 ministérios.
  • Medidas visam promover investimento em sustentabilidade e recuperação de áreas degradadas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Secretária Carina Pimenta defende ações integradas para fortalecer a bioeconomia Fernando Donasci/MMA - arquivo

O governo federal pretende lançar, até outubro deste ano, o Plano Nacional de Bioeconomia e uma série de medidas associadas para viabilizar a implementação da medida. A expectativa é de que o texto seja divulgado antes da COP30 — que será realizada em novembro, em Belém (PA) —, para que o plano possa pautar as discussões internacionais.

Em entrevista exclusiva ao R7, a Secretária nacional de Bioeconomia, Carina Pimenta, do MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), explica que o governo tem formulado as missões e prioridades da política nacional.


“No plano, a gente está trabalhando por níveis de prioridade. Uma metodologia de missões para setores específicos, entendendo qual a contribuição da bioeconomia, o que ela pode adicionar naquele setor. São várias frentes: uma agenda na bioquímica, na saúde integral, na bioindústria e em vários setores”, detalha.

Leia Mais

“O Brasil é um país muito diverso. Essa política nacional vai dialogar com as realidades locais. Uma agenda tão pujante como essa precisa de um diálogo com cada região. Quando se fala em bioeconomia, se pensa na Amazônia, mas temos uma matriz no Nordeste, no cerrado, em todos os biomas brasileiros”, destaca.


Potencial do setor

O R7 mostrou, na série de reportagens Bioeconomia em Cada Bioma Brasileiro, o potencial do segmento espalhado em todos os territórios do Brasil.

Segundo dados de pesquisa realizada pela ABBI (Associação Brasileira de Bioinovação), o setor pode gerar um faturamento adicional para a indústria de US$ 284 bilhões até 2050, com potencial de reduzir em 550 milhões de toneladas a emissão de carbono nos próximos 27 anos.


O que já foi feito?

A secretária conta que algumas medidas já estão sendo implementadas pelo governo para fortalecer a sustentabilidade. “No ano passado, houve a publicação do decreto da Estratégia Nacional de Bioeconomia. Ele traz grandes objetivos, e é a primeira vez que o Brasil tem uma política nacional que vai olhar para os diferentes setores”, observa.

Carina Pimenta conta que o plano é analisado pela Comissão Nacional de Bioeconomia, formada por membros da sociedade e do governo, com atuação de 17 ministérios. O grupo discute as prioridades da política, que envolve setores como agricultura, indústrias e serviços.


“Avançamos muito no processo com a criação da comissão, estabelecendo as prioridades da sociobioeconomia, agenda das florestas e das comunidades. Construindo o plano com base na escuta de povos e comunidades tradicionais e em consultas públicas”, declara.

A expectativa, segundo a secretária, é de que essas medidas fortaleçam, por exemplo, investimentos na recuperação de áreas degradadas. “Temos grandes metas associadas ao Acordo de Paris, da agricultura com sustentabilidade e para a conversão de produtos em bioprodutos e bioinsumos, por exemplo. Com isso, alcançamos a redução das emissões de carbono do Brasil, valorizamos nossa biodiversidade e geramos recursos e empregos”, detalha.

“A bioeconomia não é específica para um único setor. Ela acrescenta para uma transição de baixo carbono, na resiliência climática, na manutenção da biodiversidade e no restauro das nossas áreas degradadas”, reforça.

Uma política para os povos

Uma preocupação do plano é a formulação de uma política que atenda comunidades e povos que vivem dentro das florestas. “É a primeira vez que teremos uma política robusta focada neles, o que significa emprego e renda no setor de bioeconomia, geração de emprego e sustentabilidade”, observa.

Para Carina, o potencial do setor deve ser discutido principalmente neste momento de transição energética. “Se colocarmos as nossas ferramentas de políticas públicas, conseguirmos uma parceria estratégica com o setor privado e investirmos nessa transição, a bioeconomia tem um potencial enorme”, constata.

A secretária acrescenta que, para isso, é necessário que o governo e o setor privado articulem alavancas e financiamentos.

“Usar a nossa biodiversidade requer o uso intensivo da ciência. A Embrapa é um excelente exemplo [do que representou para o setor agropecuário brasileiro]. Ela trabalhou para a segurança alimentar e o Brasil passou de importador de alimentos para exportador. Por trás dessa transformação, a gente teve investimento em pesquisa, em ciência”, salienta.

Por isso, a secretária defende o uso de uma rede compartilhada de desenvolvimento de ciência e biotecnologia. “Na minha visão, hoje o Brasil pode aproveitar vários centros de pesquisa para fomentar medidas e impulsionar a bioeconomia”, conlcui.

Perguntas e Respostas

Qual é o objetivo do Plano Nacional de Bioeconomia que o governo federal pretende lançar?

O governo federal pretende lançar o Plano Nacional de Bioeconomia até outubro deste ano, com uma série de medidas para viabilizar sua implementação. O plano será divulgado antes da COP30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA), para pautar as discussões internacionais sobre o tema.

Quais são as prioridades do plano segundo a Secretária de Bioeconomia?

A Secretária nacional de Bioeconomia, Carina Pimenta, explica que o plano está estruturado em níveis de prioridade e metodologias para setores específicos, considerando a contribuição da bioeconomia em diversas áreas, como bioquímica, saúde integral e bioindústria.

Como o governo pretende dialogar com as realidades locais sobre a bioeconomia?

Carina Pimenta ressalta que o Brasil é um país diverso e que a política nacional de bioeconomia deve dialogar com as realidades locais, abrangendo diferentes biomas, como a Amazônia, o Nordeste e o cerrado.

Qual é o potencial de faturamento do setor de bioeconomia até 2050?

Segundo a pesquisa da ABBI (Associação Brasileira de Bioinovação), o setor de bioeconomia pode gerar um faturamento adicional de US$ 284 bilhões até 2050 e tem o potencial de reduzir em 550 milhões de toneladas a emissão de carbono nos próximos 27 anos.

Quais medidas já estão sendo implementadas pelo governo para fortalecer a sustentabilidade?

O governo já publicou o decreto da Estratégia Nacional de Bioeconomia, que estabelece grandes objetivos e é a primeira política nacional a considerar diferentes setores. A Comissão Nacional de Bioeconomia, formada por membros da sociedade e do governo, está discutindo as prioridades da política.

Como o plano de bioeconomia pode impactar a recuperação de áreas degradadas?

As medidas do plano visam fortalecer investimentos na recuperação de áreas degradadas, alinhando-se a metas do Acordo de Paris e promovendo a conversão de produtos em bioprodutos e bioinsumos, o que pode ajudar a reduzir as emissões de carbono e valorizar a biodiversidade.

Qual é a preocupação do plano em relação às comunidades que vivem nas florestas?

Uma das preocupações do plano é formular uma política que atenda as comunidades e povos que habitam as florestas, focando em emprego e renda no setor de bioeconomia, além de promover a sustentabilidade.

Como a bioeconomia pode contribuir para a transição energética no Brasil?

Carina Pimenta acredita que a bioeconomia tem um grande potencial, especialmente durante a transição energética, e que é necessário articular parcerias estratégicas entre o governo e o setor privado para impulsionar esse setor.

Qual é a importância da ciência e da biotecnologia para a bioeconomia?

A Secretária destaca que o uso da biodiversidade requer um uso intensivo da ciência e que exemplos como a Embrapa mostram a importância do investimento em pesquisa para a segurança alimentar e a transformação do Brasil de importador para exportador de alimentos.

Como Carina Pimenta vê o futuro da bioeconomia no Brasil?

Carina defende a criação de uma rede compartilhada de desenvolvimento de ciência e biotecnologia, afirmando que o Brasil pode aproveitar diversos centros de pesquisa para fomentar e impulsionar a bioeconomia.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.