GSI entrega ao STF investigação interna sobre agentes que atuaram no 8 de Janeiro
Segundo o GSI, o documento tem 591 páginas. A investigação foi aberta em fevereiro
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ligado à Presidência da República, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (13), a cópia integral da investigação interna sobre as condutas e eventuais responsabilidades de servidores do órgão durante os atos extremistas de 8 de janeiro, que levaram à depredação e invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo o GSI, o documento tem 591 páginas. A investigação foi aberta em fevereiro, junto com outro processo, que apura os danos ao patrimônio e ainda não foi concluído.
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Em abril, Ricardo Cappelli, que atuava como ministro interino do GSI, enviou ao STF dados de servidores que estavam no Palácio do Planalto durante os atos do 8 de Janeiro.
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Os servidores aparecem em imagens do circuito de segurança divulgadas em abril (veja o vídeo abaixo) e que motivaram o pedido de demissão do então titular do GSI, o general Gonçalves Dias, que também aparece na gravação.
A resposta de Cappelli atendeu à determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de que, num prazo de 24 horas, fossem informados todos os servidores civis e militares que aparecem nas imagens e quais as providências tomadas.
Além do pedido de identificação, Moraes determinou que, em até 48 horas, a Polícia Federal ouvisse o ex-ministro do GSI.
Aviso antes do 8 de Janeiro
Um relatório sigiloso enviado pelo GSI ao Congresso Nacional mostrou que o governo federal havia sido informado de eventuais ataques extremistas em Brasília, em 8 de janeiro.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, disse que identificou a convocação de diversas caravanas em direção à capital federal. No texto, a agência teria informado sobre as intenções desses manifestantes, como a invasão do Congresso Nacional.
O documento foi enviado a órgãos do governo e, depois, em 20 de janeiro, à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI). Ele foi assinado por Gonçalves Dias. O alerta, por sua vez, foi feito pela Abin.