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Guerra: Bolsonaro diz que 'Brasil não mergulhará numa aventura'

Presidente ressaltou que a responsabilidade do país é o bem-estar dos brasileiros na Ucrânia e pregou pela liberdade e paz

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro O presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (4), que o Brasil "não mergulhará em uma aventura", ao comentar a invasão da Ucrânia por tropas militares russas. O mandatário ressaltou que a responsabilidade é o bem-estar dos brasileiros e pregou pela liberdade e paz.

"Hoje temos um problema a 10 mil km daqui e a nossa responsabilidade, em primeiro lugar, é com o bem-estar do nosso povo. A nossa postura tem mostrado para o mundo como estamos agindo neste episódio", afirmou.

"Estamos conectados com o mundo todo e o equilíbrio, a isenção e o respeito a todos se faz valer pelo chefe do Executivo. O Brasil não mergulhará numa aventura. O Brasil tem o seu caminho, respeita a liberdade de todos, faz tudo pela paz, mas, em primeiro lugar, temos que dar exemplo para isso", acrescentou.

Bolsonaro tem evitado se posicionar de forma clara em relação ao conflito que ocorre pelo nono dia consecutivo no país do Leste Europeu. O mandatário disse que o país adotaria posição de neutralidade e que estaria empenhado em proteger os brasileiros que estão na Ucrânia.

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Apesar do discurso do presidente, o Brasil foi um dos países que votaram na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) a favor da resolução que "exige" que a Rússia se retire "imediatamente" da Ucrânia, em uma forte repreensão à invasão russa pelo órgão global encarregado de paz e segurança.

Após mais de dois dias de debate, 141 dos 193 países-membros votaram a favor da resolução, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Argentina. Dos membros do Brics (formado por África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia), apenas o Brasil votou a favor do documento.

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A invasão russa da Ucrânia motivou críticas de Bolsonaro ao vice-presidente, Hamilton Mourão. Na semana passada, o general disse que o Brasil não é neutro no conflito e condenou o ataque da Rússia. Depois, Bolsonaro falou que Mourão cometeu "peruada" e que apenas o presidente da República pode se manifestar sobre o assunto.

Na última quinta-feira (3), Bolsonaro conversou com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, por telefone, sobre a guerra na Ucrânia. Segundo o governo britânico, ambos exigiram "cessar-fogo urgente".

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As declarações feitas por Bolsonaro ocorreram em cerimônia realizada em São José dos Campos, no interior de São Paulo, em alusão aos contratos de concessão da rodovia Presidente Dutra, a mais importante do país.

Durante o evento, o presidente voltou a criticar medidas sanitárias relacionadas à pandemia de Covid-19, como o distanciamento social e o passaporte vacinal, adotados em vários países do mundo. Bolsonaro também comentou o atentado sofrido em 2018, em Juiz de Fora (MG), na campanha eleitoral.

"Sabia que não seria fácil. Primeiro a sobrevivência de uma tentativa de homicídio por militante do PSOL. Depois uma eleição, onde quase ninguém acreditava, mas tínhamos conosco ele [aponta para o céu] e grande parte da população brasileira. Depois, vocês estão aqui e aprovando a nossa gestão. É porque, ao longo desse tempo todo, apesar de dois [anos] ser na pandemia, nós fizemos aquilo que melhor poderíamos ter feito", disse.

Os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) estavam presentes, assim como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP). O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de outubro, também compareceu ao evento e recebeu afagos de Bolsonaro.

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"O sucesso do nosso governo se associa a todos os nossos ministros e alguns ex-ministros, como aqui presente o nosso eterno Ricardo Salles. O homem que, no Ministério do Meio Ambiente, soube muito bem se comportar e saber do seu casamento com o Ministério da Agricultura."

Concessão da via Dutra

O grupo CCR venceu em outubro do ano passado o leilão de concessão de 625,8 quilômetros das duas rodovias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O certame foi realizado na Bolsa de Valores da capital paulista. Nos próximos 30 anos, a concessionária deve aplicar R$ 14,8 bilhões a fim de modernizar as vias e destinar R$ 10,8 bilhões para elevar os padrões dos serviços prestados.

O contrato também prevê uma série de intervenções, como a duplicação de 80 quilômetros da BR-101, entre Rio de Janeiro e Angra dos Reis, e 590 quilômetros de faixas adicionais. De acordo com o governo federal, as obras devem criar quase 220 mil vagas de emprego ao longo de três décadas.

O trecho concedido na BR-116 (rodovia Presidente Dutra) terá 355,5 quilômetros, do entroncamento da rodovia com a BR-465, no município de Seropédica (RJ), até o entroncamento da BR-381 com a SP-015 (marginal Tietê), na capital paulista. A concessão da BR-101 (Rio-Santos) terá 270,3 km, do entroncamento da rodovia com a BR-465, no município do Rio de Janeiro (bairro Campo Grande), até Ubatuba (SP).

No total, nos trechos concedidos, a companhia vencedora do leilão deverá realizar a construção de 590,9 quilômetros de faixas adicionais; 25,2 km de faixas reversíveis; 46 km de barreiras antirruído; 144 km de vias marginais; quatro postos de descanso e 129 passarelas, entre outras obras. Também está prevista a duplicação de 80,1 km na rodovia Rio-Santos (do km 416 ao km 496,1), o que deverá ocorrer a partir do sexto ano da concessão.

Segundo o projeto, são dez praças de pedágio: na BR-116, sete praças de pedágio localizadas em Arujá/SP, Guararema/SP, Jacareí/SP, Moreira César/SP e Itatiaia/RJ (essas já existentes). Na BR-101, três praças de pedágio localizadas em Itaguaí/RJ, Mangaratiba/RJ e Paraty/RJ (estes são novos). De acordo com a previsão do valor dos pedágios divulgada pela ANTT antes do leilão, os preços vão variar de R$ 3,83, em Arujá e Guararema, a R$ 14,49, em Moreira César.

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