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Haddad diz que esquema ligado ao PCC movimentou mais de R$ 4 bilhões em 5 anos

Segundo ministro, não houve ‘praticamente nenhum’ recolhimento de impostos, o que chamou a atenção da Receita

Brasília|Do R7, em Brasília

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Haddad comentou Operação Spare nesta quinta Lula Marques/Agência Brasil - 24.09.2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (25) que os alvos da operação ligados ao PCC movimentaram, em cinco anos, mais de R$ 4 bilhões.

Uma operação conjunta deflagrada mais cedo mostrou que a atuação não se restringia a postos de gasolina. Segundo informações da Receita Federal, por meio de aliados, o principal alvo da ação também operava lojas de franquias, motéis e empreendimentos na construção civil.


“E recolhimento praticamente nenhum de tributos, 0,1% da movimentação. Isso chamou a atenção da Receita Federal, a baixíssima arrecadação dessa montanha de recursos”, comentou Haddad a jornalistas, ao elogiar a Operação Spare.

Segundo o ministro, desde 2023 foi montado um “núcleo de fraude estruturada” na Receita para combater o crime organizado e a “intersecção entre o crime organizado e a economia real”.


“A lavagem de dinheiro implica, muitas vezes, ter atividades, entre aspas, ‘lícitas’ justamente para lavar o dinheiro. Mas é um braço artificial para que aconteça a lavagem de dinheiro. Então, por trás daquela atividade aparentemente regular, tem uma atividade ilícita”, explicou.

Haddad informou que o governo federal estuda criar uma delegacia na Receita Federal, a partir do núcleo.


“Nós temos uma decisão de transformar [o núcleo] numa delegacia da Receita Federal, que vai ter, portanto, um pessoal dedicado ao aprofundamento de investigações dessa natureza. Uma delegacia no âmbito da Receita Federal”, destacou o ministro.

Segundo Haddad, tem havido tratativas entre órgãos da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele informou que deu autorização para a Receita encaminhar a criação da delegacia ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.


“Temos falado, inclusive, com o Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] e Polícia Federal, para que essa integração no plano federal tenha ainda mais alcance. E obviamente que nós precisamos também de um bom relacionamento com os ministérios públicos aqui, mas também dos estados”, acrescentou o ministro.

Haddad destacou que a criação da delegacia vai ser “útil” para estruturar o combate ao crime organizado, “independentemente de governo”. Para o ministro, a nova instituição vai institucionalizar as ações.

“Quando tem um núcleo ainda informal, como é hoje, que está trabalhando há dois anos, ainda de forma informal, pode ser que amanhã apareça outra pessoa que não tenha tanto interesse nessa atividade de reforço da segurança pública. Nós queremos institucionalizar, porque eu penso que ao institucionalizar, você acaba impedindo retrocessos”, explicou.

Haddad avaliou que é mais difícil desfazer a criação de um órgão de Estado voltado especificamente para determinada atividade, como seria o caso da delegacia da Receita.

“Até para cobrar do poder público ações efetivas contra o crime organizado, é bom saber que tem um órgão criado com essa finalidade”, continuou.

O ministro espera que novas operações sejam deflagradas ao longo do ano, embora “não se antecipe esse tipo de coisa”. “Tem muita coisa para fazer”, finalizou.

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